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Nanotecnologia

Nanofios poderão monitorar e estimular neurônios individuais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/07/2005

Nanofios poderão monitorar e estimular neurônios individuais

O cateterismo - a inserção de pequenos tubos no interior do corpo humano - já é uma prática médica bem conhecida do público em geral, utilizado principalmente em intervenções cardíacas. Mas agora os médicos estão querendo ir mais longe. Com a ajuda da nanotecnologia, eles agora querem produzir catéteres tão finos que será possível alcançar células cerebrais individuais.

Trabalhando com nanofios de platina, 100 vezes mais finos do que um fio de cabelo humano, e utilizando vasos sanguíneos como conduítes, um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos e do Japão demonstraram uma técnica que poderá um dia permitir aos médicos monitorarem células cerebrais individuais e, talvez, criarem novos tratamentos para doenças neurológicas, como o mal de Parkinson, por exemplo.

Em um artigo publicado no último exemplar do Jornal de Pesquisas em Nanopartículas, os cientistas explicam que já está se tornando possível a criação de nanofios muito mais finos do que o mais fino dos vasos capilares humanos. Esses nanofios poderão, em princípio, ser inseridos através do sistema circulatório, atingindo qualquer ponto do corpo humano, sem bloquear o fluxo normal de sangue e sem interferir com a troca de gases e nutrientes através das paredes das artérias e veias.

A equipe descreveu um experimento no qual eles guiaram os nanofios de platina através do sistema vascular de amostras de tecidos e conseguiram utilizar esses nanofios para detectar a atividade de células nervosas individuais, que se encontravam próximos aos vasos sanguíneos.

Seguindo esse mesmo princípio, os cientistas vislumbram a possibilidade de se conectar uma malha completa de nanofios em um catéter, que então poderá ser guiado através do sistema circulatório, até chegar ao cérebro. Uma vez no cérebro, os fios poderão se espalhar como um buquê, entrando por vasos sanguíneos cada vez mais finos, até alcançarem pontos específicos. Cada nanofio poderá então ser usado para gravar a atividade elétrica de uma única célula nervosa ou de pequenos grupos delas.

Atualmente, o funcionamento do cérebro pode ser acompanhado por meio de técnicas como a tomografia por emissões de pósitrons (PET) e a ressonância magnética funcional (fMRI). Mas ambas ainda produzem imagens "borradas", pouco nítidas. Se conseguirem captar informações de neurônios individuais, os cientistas poderão produzir imagens precisas e na maior resolução possível.

"Com cuidadosa atenção às questões de ética, [a pesquisa] promete a criação de áreas de estudos totalmente novas e, em última instância, poderá levar a novas terapias e novas formas de tratamento de doenças," afirmou o Dr. Rodolfo Roco Llinás, da Escola de Medicina da Universidade de Nova Iorque, Estados Unidos. Ao seu lado, participaram da pesquisa Kerry D. Walton (Universidade de Nova Iorque), Masayuki Nakao (Universidade of Tóquio) e Ian Hunter e Patrick A. Anquetil (Instituto de Tecnologia de Massachusetts).

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