Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/08/2007
O cálice sagrado de todos os pesquisadores que trabalham com adesivos sempre foi os pés das lagartixas. Sua quase misteriosa capacidade de andar pelas paredes e pelo teto sempre chamaram a atenção dos cientistas. Uma cola assim valeria milhões no mercado (veja Lagartixas são a chave para melhores adesivos).
Pés de lagartixa
Agora, cientistas do Instituto Politécnico Rensselaer e da Universidade Akron, ambos nos Estados Unidos, anunciaram não apenas ter conseguido duplicar o mecanismo dos pés das lagartixas, mas também foram capazes de criar uma fita adesiva com um poder de adesão quatro vezes maior.
Os minúsculos pêlos existentes nos pés das lagartixas foram substituídos por nanotubos de carbono fixados sobre uma base de plástico flexível. A força de van der Walls cria uma atração entre cada um dos nanotubos e a superfície em que eles tocam, da mesma forma que acontece com os pêlos naturais das lagartixas.
Além de ser extremamente forte, o novo adesivo tem também a vantagem de ser reversível. Basta alterar sua posição, mudando a direção da força aplicada, para que o adesivo solte-se naturalmente.
Super adesivo de nanotubos
"Várias pessoas tentaram utilizar filmes de nanotubos de carbono e outras estruturas fibrosas como superfícies de alta adesão e imitar os pés das lagartixas, mas com sucesso limitado quando era necessário dar demonstrações realísticas da colagem e da reversibilidade que se pode ver nos pés das lagartixas," diz o professor Pulickel Ajayan.
O grande avanço de sua equipe, segundo Ajayan, foi descobrir o formato que os nanotubos deveriam ter para que o princípio funcionasse. "Os nanotubos também precisam ser do tipo correto, com as dimensões corretas [...]," diz ele.
Adesivo reversível
O novo adesivo reversível deverá ter uma gama enorme de aplicações, entre as quais se destacam os pés de robôs, que poderão subir em paredes para efetuar manutenções, por exemplo.
Um adesivo seco e reversível para a fixação de componentes eletrônicos, que poderão ser retirados para manutenção, é outra possibilidade. As aplicações aeroespaciais também deverão ser alvo do novo adesivo biomimético, já que a maioria das outras colas não funciona no vácuo do espaço.