Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/06/2007
Cientistas da Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, desenvolveram um polímero sintético que não queima. Polímeros são a estrutura básica com que são fabricados os plásticos.
Compostos antichama
O novo polímero dispensa a adição dos compostos químicos antichama que são misturados aos plásticos utilizados em aviões, assentos de ônibus, fios elétricos, têxteis e virtualmente todos os eletrodomésticos.
Alguns desses aditivos aparecem na forma de pó em residências e escritórios e até em alimentos, como peixes, manteiga e leite, levantando sérias preocupações sobre seu impacto sobre a saúde humana e sobre o meio-ambiente. Pela menos uma classe desses compostos antichama já foi banida pelas autoridades de saúde dos Estados Unidos.
Quando alguma coisa se queima - ou se decompõe termalmente, como dizem os cientistas - há dois tipos de resíduos: um gás, que é o que gera a chama, e uma parte sólida carbonizada. Quando tentam criar um plástico que não queima, o objetivo dos cientistas é gerar a maior quantidade possível de resíduo carbonizado - o que significa menos chama e menos compostos químicos voláteis sendo liberados na atmosfera.
A maioria dos plásticos se queima muito rapidamente. O polipropileno, por exemplo, tem uma taxa de geração de resíduo sólido carbonizado igual a zero. Para diminuir esse risco, a indústria adiciona compostos químicos "retardadores de queima", normalmente moléculas halogenadas que contêm elementos altamente reativos, como cloro, bromo ou fósforo. Eles são muito eficientes nesse papel, mas, por outro lado, têm levantado crescentes preocupações quanto ao seu impacto ambiental e sobre a saúde humana.
Plástico antichama
O novo polímero não inflamável tem uma taxa de geração de resíduos sólidos de 70% e não inclui nenhum composto halogenado em sua fórmula. Sua molécula básica é a BHDB (BisHidroxiDeoxiBenzoina), que libera apenas vapor d'água quando se queima, ao invés dos gases tóxicos liberados pelos plásticos tradicionais.
O novo plástico antichama é claro, flexível, durável e muito mais barato de se fabricar do que os atuais plásticos resistentes a altas temperaturas, que tendem a ser quebradiços e de cor escura.
O próximo passo da pesquisa é fabricar algumas toneladas da BHDB - o suficiente para fabricar algumas peças de aeronaves e efetuar os testes definitivos para que o novo plástico antichama possa chegar ao mercado.
Para outra solução em termos de plástico antichama, veja Empresa cria bioplástico à prova de fogo.