Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/03/2007
Não é todo dia que se ouve dizer: "Fulano de tal inventou uma nova molécula." Não que isto não aconteça quase rotineiramente nos principais laboratórios de química do mundo. A questão é que uma molécula não parece ser algo muito "sexy" e quase nunca vira notícia.
O problema começa pelos nomes. A nova estrela, que está atraindo a atenção do mundo da Química, por exemplo, chama-se 2-Benziloxi-1-metilpiridinio trifluorometanosulfonato. Saúde! Principalmente para a equipe do Dr. Gregory Dudley, da Universidade da Flórida, Estados Unidos, que acaba de inventá-la.
Reagentes
A nova molécula, que já atende pelo apelido Bn-OPT - por sua vez uma sigla para o nome resumido BeNzylOxyPyridinium Triflate - não é um novo material com utilização específica, mas um reagente. Reagentes são substâncias utilizadas em uma reação química para detectar, medir, examinar ou produzir outras substâncias.
O novo reagente consegue aprisionar regiões específicas de moléculas complexas de tal forma que essas moléculas podem ser liberadas posteriormente, para participarem da reação de acordo com a programação do pesquisador.
"O que mais me entusiasma é saber que avanços científicos na pesquisa biomédica e em várias outras áreas da química orgânica podem ser possíveis graças a esse reagente," diz o Dr. Dudley.
Novos medicamentos
A molécula-reagente Bn-OPT deverá tornar muito mais fácil o trabalho de cientistas de todo mundo, principalmente no desenvolvimento de novos medicamentos. Experimentos envolvendo síntese química poderão adquirir um novo patamar de complexidade, além de ganhar em precisão, flexibilidade e facilidade de execução.
Sob a ação do calor, o novo reagente converte os vulneráveis grupos hidroxi, também conhecidos como álcoois, em eteres benzílicos. Bem menos reativos, esses éteres benzílicos fornecem uma espécie de "proteção" para os álcoois durante a síntese química.
A nova molécula já está com a patente requerida e em processo de licenciamento para uma empresa da área química.