Alba Lívia - 06/02/2007
Cientistas brasileiros estão desenvolvendo uma tecnologia que poderá beneficiar todos os pacientes de insuficiência renal que necessitam fazer diálise. No Instituto Nacional de Tecnologia (INT) estão sendo criadas membranas inorgânicas de cerâmica, mais eficientes do que as membrans poliméricas hoje utilizadas equipamentos de hemodiálise.
As membranas atuam como filtros, na separação de substâncias de diferentes propriedades, como tamanho e formato, e podem ser feitas de diversos materiais, de acordo com sua finalidade, podendo ser orgânicas ou inorgânicas.
Entre os materiais inorgânicos, um dos principais é a cerâmica, que apresenta grandes vantagens sobre os orgânicos, pois tem melhor desempenho em altas temperaturas e maior resistência a materiais oxidantes. As membranas inorgânicas à base de cerâmica possibilitam ainda um controle sobre o tamanho dos poros, são mais duráveis e de mais fácil manutenção. É nessa área que o INT está desenvolvendo tecnologia nacional.
A diálise pode se beneficiar das membranas inorgânicas à base de cerâmica, sobretudo porque poderão passar a ser produzidas no Brasil, com tecnologia nacional, e representarão uma alternativa às importações.
Em outros países, as membranas cerâmicas já são usadas na diálise, e representam vantagem por apresentarem maior resistência mecânica e durabilidade, em oposição às membranas poliméricas, que só podem ser utilizadas por até 10 vezes; depois disso, correm o risco de rompimento, podendo levar o paciente à morte.
No Brasil, segundo dados de janeiro de 2006 da Sociedade Brasileira de Nefrologia, há mais de 70 mil pessoas fazendo diálise, havendo a estimativa de ultrapassar 110 mil pacientes em 2010. Do total, 64 mil passam por hemodiálise, sendo quase 90% dos casos atendidos pelo Sistema Único de Saúde.
Ainda em 2007 o INT concluirá um protótipo que será colocado em testes com a participação do hemocentro da Universidade Federal Fluminense.