Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/01/2007
Depois que a Apple lançou moda com seus equipamentos brancos, agora toda a indústria parece acreditar que quanto mais branco melhor. Mas, muito além da moda, esse interesse é antigo em indústrias como a do papel e das tintas.
Agora, pesquisadores da Universidade de Exeter, Inglaterra, descobriram que a carapaça de um minúsculo besouro pode ser a estrutura com o branco mais brilhante já produzida pela natureza - e essa estrutura pode ser a solução definitiva para as necessidades de alvura exigidas de muitos produtos.
Produzir colorações brancas não é exatamente um problema. Produzí-las finas o suficiente, este sim, é o grande desafio da indústria. Afinal de contas, de nada adianta fabricar uma folha de papel branquíssima mas que tenha a espessura de um papelão.
O pequeno besouro Cyphochilus tem uma carapaça cuja cor branco brilhante é produzida por uma estrutura de apenas cinco milésimos de milímetro. Papéis de alta qualidade e tintas precisam ter no mínimo o dobro dessa espessura para serem tão brancos. O leite e os dentes humanos então, embora sempre citados como exemplos de brancura, não chegam nem perto.
As cores, tanto na natureza quanto sinteticamente, podem ser produzidas por pigmentação ou por estruturas físicas e camadas superpostas, cuidadosamente arranjadas. O branco, por outro lado, é criado por uma estrutura aleatória, que "espalha" a luz de todas as cores simultaneamente.
O que é especial no besouro Cyphochilus é justamente a formação de sua carapaça, um arranjo tridimensional com uma aleatoriedade incrível, variando o tamanho das microestruturas e o espaçamento entre elas. Essas formas internas irregulares é que são o segredo para que seu revestimento, embora fino, consiga espalhar todos os comprimentos de onda da luz.
Já com a estrutura da carapaça do besouro totalmente mapeada por um microscópio eletrônico, agora os cientistas querem desenvolver métodos de replicar artificialmente o que a natureza fez tão bem.