Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/10/2006
Detectar bactérias, vírus e outras substâncias perigosas em hospitais, aviões, restaurantes e outros locais passíveis de contaminação logo poderá ser tão fácil quanto passar um guardanapo sobre a superfície que se deseja verificar.
Isto graças à invenção de um guardanapo que é também um biossensor. Chamado tecnicamente de "não-tecido capaz de biorreconhecimento", o material consiste em uma trama feita com fibras de não-tecido e alumínio. Não-tecido é aquele material utilizado em máscaras, toucas e aventais normalmente utilizados por profissionais das áreas de saúde e alimentação.
"Ele é muito barato, não exige ninguém altamente treinado para usá-lo e poderá ser ativado para qualquer coisa que você queira procurar," diz a pesquisadora Jamie Mullally, criadora do novo guardanapo.
O material absorvente inclui em sua estrutura nanofibras contendo anticorpos específicos para a substância que se deseja detectar. Quando localiza um local contaminado, o material pode mudar de cor ou produzir outro efeito, avisando do risco. E tudo o que é necessário fazer é passá-lo sobre o local que se deseja verificar.
Os elementos ativos são a biotina, uma parte do complexo de vitamas B, também conhecido como vitamina H, e uma proteína chamada estreptavidina, que contém os anticorpos.
Compostas de um polímero feito a partir do milho, as nanofibras podem ser incorporadas em produtos de papel convencionais para manter os custos baixos. As nanofibras possuem diâmetros de cerca de 100 nanômetros, o que oferece uma enorme área superficial para o sensoriamento e a absorção.
"Nós provavelmente estamos ainda a alguns anos de ter isto pronto para uso no mundo real," diz outra cientista do grupo, Dra Margaret Frey. "Mas eu realmente acredito que há espaço para esse tipo de produto que pode ser utilizado por pessoas com treinamento limitado para fornecer uma forma rápida de deteção de agentes biológicos."