Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/08/2006
Utilizando uma impressora jato-de-tinta comum, uma equipe de cientistas do Instituto Politécnico Rensselaer, Estados Unidos, conseguiu imprimir imagens com nanotubos de carbono sobre papel e plástico. A foto de Einstein, ao lado, é uma imagem eletricamente condutiva, impressa com a tinta de nanotubos de carbono.
A técnica pode representar uma nova forma de se fabricar dispositivos à base de nanotubos de carbono que eram impossíveis de se fazer até hoje. Isto inclui componentes eletrônicos flexíveis, tecidos condutivos e até sensores.
A maioria das técnicas já desenvolvidas para se lidar com os promissores nanotubos de carbono são complexas e exigem equipamentos caros. "Nossos resultados sugerem novas alternativas para a fabricação de padrões com nanotubos de carbono simplesmente imprimindo-se as partículas dissolvidas sobre superfícies de papel ou plástico," diz o pesquisado Robert Vajtai.
A tinta, fabricada simplesmente dissolvendo-se os nanotubos em água, é colocada no cartucho da impressora - que imprime o que lhe for comandado, "sem saber" das alterações. Como os nanotubos de carbono são excelentes condutores, as imagens resultantes também são capazes de conduzir eletricidade.
Utilizando o mesmo princípio, tudo o que os cientistas terão que fazer será imprimir os circuitos desejados, como antenas, baterias ou até mesmo circuitos eletrônicos mais complexos. Imprimir componentes eletrônicos em tecidos, por exemplo, poderá significar que os usuários "vestirão" as baterias para seus equipamentos eletrônicos.
E há aplicações ainda mais visionárias: etiquetas ópticas poderão ser impressas em documentos ou até mesmo em dinheiro que precise ser rastreado. Um jornal eletrônico poderá permitir que o texto seja alterado sem a necessidade de reimpressão. Os cientistas também já fizeram testes com amostras que eles imprimiram, demonstrando que elas podem funcionar como sensores para diversos compostos químicos.
Os pesquisadores agora planejam melhorar o processo, que ainda exige que o papel passe diversas vezes pela impressora, até atingir a densidade elétrica desejada. Eles querem também experimentar modificações químicas em sua tinta, gerando "cores" diferentes - composições capazes de imprimir padrões com diferentes propriedades elétricas.