Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/08/2006
Cientistas da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, conseguiram utilizar a bioengenharia para restaurar os batimentos cardíacos em porcos que precisavam utilizar marca-passos eletrônicos, reduzindo sua dependência dos equipamentos implantados.
A pesquisa mostra que os médicos deram um passo importante rumo à utilização da bioengenharia como tratamento dos pacientes cuja vida hoje depende de grandes aparelhos implantados. Um tratamento unicamente biológico poderá ser mais permanente, mais seguro e menos invasivo do que a implantação tradicional dos marca-passos.
"Nosso estudo oferece uma evidência positiva e direta em modelos vivos de que células artificialment construídas podem substituir o marca-passo eletrônico," afirma o coordenador da pesquisa, Dr. Ronald Li.
Os pesquisadores injetaram nos porcos um gene que codifica uma proteína da superfície celular dos músculos do coração. Esta proteína reproduz a ação combinada de várias proteínas chamadas canais de íons HCN, que têm um papel essencial na manutenção do ritmo cardíaco. Esses canais controlam o fluxo dos íons de sódio e potássio para dentro e para fora das células, regulando os impulsos elétricos do coração.
"Esses canais são críticos para o funcionamento normal do coração. Nós fomos capazes de fazer uma proteína que codifica um único canal que faz um trabalho que normalmente exige vários deles," explica Li.
Animais grandes, como os porcos, são usados como cobaias mais realísticas quando a pesquisa é voltada para tratamentos em seres humanos. Isto porque sua fisiologia e anatomia, incluindo o ritmo cardíaco, são similares ao ser humano. O coração de um camundongo, por exemplo, funciona a até 600 batimentos por minuto, dez vezes mais do que em um homem.