Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/06/2006
Há milênios o homem vem produzindo papel utilizando fibras naturais. Mais recentemente, novas tecnologias permitiram a criação de papéis especiais, por meio do processamento avançado das fibras que os compõem, criando filtros de vários tipo, de larga utilização na indústria.
Agora, pesquisadores da Universidade de Arkansas, Estados Unidos, conseguiram criar um papel feito inteiramente de fibras artificiais - mantendo as mesmas características físicas e químicas do papel feito com fibras naturais. E com a grande vantagem de ser inerte, ou seja, com possibilidade de melhorar muito o material com que são fabricados os filtros.
A equipe do cientista Z. Ryan Tian utilizou nanofios, feitos de dióxido de titânio, criados por meio de um processo hidrotermal. É claro que ninguém espera que um papel de dióxido de titânio venha a ser utilizado para rascunho - seria provavelmente o rascunho mais caro da história. Mas há uma enorme gama de aplicações potenciais, onde o desempenho é mais importante do que o custo.
Além de poderem ser cortadas, dobradas, ou utilizadas como filtros, as membranas fabricadas com os nanofios suportam temperaturas de até 700º C. "Os homens têm utilizado papel feito de fibras naturais há milênios. Com esta tecnologia, estamos entrando em uma nova era," diz Tian.
Talvez ele esteja certo. Afinal, o material fabricado a partir dos nanofios de dióxido de titânio não precisa ser necessariamente bidimensional, como uma folha de papel. Ele pode ser fabricado em formatos tridimensionais, como tubos, copos e qualquer outro.
A Universidade patenteou o novo papel artificial e está procurando parceiros industriais para colocá-lo no mercado.