Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/04/2006
Plásticos, polímeros, compósitos. Embora o público em geral ainda se refira a esses materiais sintéticos pelo nome mais comum de plásticos, a tecnologia já avançou tanto que os compósitos de última geração em nada lembrem o material com que ainda são feitos os brinquedos infantis.
É o que demonstra um estudo feito por pesquisadores da Universidadeda Virgínia, Estados Unidos. Eles estavam procurando por materiais que inibissem o alastramento do fogo em incêndios. Isso é importante principalmente em locais de alto risco, como plataformas de petróleo e navios, onde mesmo um incêndio pequeno pode ter efeitos catastróficos.
O resultado não deixa de ser surpreendente. Os pesquisadores John Bausano e Jack Lesko descobriram que um compósito específico resiste muito melhor ao fogo do que o próprio aço, o material tradicionalmente utilizado nessas estruturas.
Para testar os diversos materiais, os cientistas desenvolveram um método de aferição do espalhamento do calor - um teste de fluxo de transferência térmica que pode ser utilizado em amostras pequenas de material.
O fogo é simulado de um lado, medindo-se o calor do outro, o que reproduz a situação real, onde o fogo de um lado da parede eleva tanto a temperatura dos cômodos ajadcentes que qualquer material que lá esteja se inflama espontaneamente. Além disso, uma carga é colocada sobre as bordas da amostra, para avaliar sua resistência estrutural.
"Nós medimos a deflexão, a ruptura e quanto calor atinge o lado frio," explica Bausano. "Esta é uma questão importante, porque nós não queremos que o fogo se espalhe."
A conclusão é que um determinado compósito, um laminado de ester-vinil, chamado E-glass, é mais eficiente na contenção do fogo do que os materiais estruturais hoje utilizados. Isso acontece porque o compósito localiza o calor, não o espalhando em todas as direções, como acontece com os materiais metálicos.
Segundo os pesquisadores, um compósito ideal para a construção de estruturas mais eficientes no combate a incêndios deve ter ainda a maior temperatura possível de transição vítrea (Tg), para manter a rigidez estrutural. O ponto de transição vítrea marca o início do amolecimento do material.