Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/02/2006
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, Estados Unidos, conseguiram desenvolver uma forma totalmente nova para gerar estruturas nervosas em laboratório. Embora seja ainda apenas uma demonstração de um conceito inovador, esses nervos produzidos em laboratório poderão um dia viabilizar o tratamento de fraturas na espinha dorsal, evitando a paralisia.
"Nós criamos uma rede neural tridimensional, um mini-sistema nervoso em cultura, que pode ser transplantado em massa," explica o Dr. Douglas H. Smith, orientador da pesquisa.
Os neurônios cresceram até 10 milímetros num período de sete dias. A seguir, os cientistas os tranferiram para uma matriz de colágeno, que foi enrolada e implantada em um rato com lesão na medula espinhal. O implante é o que os pesquisadores chamam de construto de tecido nervoso.
"Nós fizemos um arranjo geométrico que se parece com o arranjo longitudinal que a espinha tem antes de ser danificada. Os longos feixes de axônios lançam duas populações de neurônios, e estes construtos de neurônios conseguem crescer axônios em duas direções - um em direção ao outro e na direção da espinha em cada um dos lados. Desta forma eles se integram e conectam os 'cabos' para o tecido receptor, a fim de criar uma ponte que une a lesão," explicou Smith.
Os axônios que se desenvolveram nas extremidades do implante ultrapassaram a barreira de colágeno e penetraram no tecido não lesionado. Agora os pesquisadores querem medir cuidadosamente a condutividade elétrica neuronal através da "ponte" artificial construída pelas células nervosas implantadas.
Não há previsão de quando a descoberta poderá vir a ser testada em humanos.