Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/02/2006
O poliéster e o nylon são exemplos de fibras sintéticas, com enorme importância comercial há décadas. Mas esses materiais são construídos a partir de moléculas enormes, obviamente inorgânicas.
Agora, cientistas da Universidade Virgínia Tech, Estados Unidos, conseguiram fabricar "tapetes" de fibras não-tecidas, em escala sub-micrométrica, feitas de moléculas orgânicas.
Fibras biocompatíveis
A descoberta é importante em pesquisas na área de saúde e para aplicações médicas, como crescimento de tecidos e aplicações localizadas de medicamentos.
Os pesquisadores, que publicaram seu trabalho no exemplar de 20 de Janeiro da revista Science, utilizaram como matéria-prima a lecitina, que é um composto natural de fosfolipídios e lipídios neutros. "Fosfolipídios, que são o componente principal da membrana celular no corpo humano ou em uma maçã, são excelentes em termos de sua capacidade de se auto-organizar," explica Timothy E. Long, um dos autores do artigo.
"Electrospinning"
Os cientistas utilizaram uma técnica chamada "electrospinning" (tecelagem eletrostática), normalmente empregada no processamento de moléculas grandes para a fabricação de polímeros. "Esta é a primeira demonstração de que a fiação eletrostática, ou electrospinning, uma técnica de processamento de polímeros, pode ser utilizada com uma molécula pequena para se produzir uma fibra," diz Long.
Assim que os fosfolipídios formam uma trama coesa, eles podem ser tratados da mesma forma que as moléculas de elevado peso molecular, pela fiação eletrostática. O tamanho dos "tapetes" - uma estrutura porosa não-tecida - de fibras que são formados é limitado apenas pela quantidade de material - a lecitina - disponível durante a operação.