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Materiais Avançados

Plantas carnívoras têm material anti-aderente super eficiente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/01/2006

Plantas carnívoras têm material anti-aderente super eficiente

Materiais anti-aderentes

Os cientistas que atuam diretamente ligados à indústria estão sempre pesquisando novos materiais que possam atender a necessidades práticas imediatas.

Um exemplo dessas necessidades é o sem-número de aplicações para materiais anti-aderentes. Embora já existam vários produtos nesta categoria, um produto mais eficiente pode significar uma grande vantagem no mercado.

Mas agora foram os pesquisadores da ciência básica, aqueles voltados para a ciência mais fundamental, com preocupação única com o conhecimento, não importando se esse conhecimento tenha interesse comercial ou não, é que descobriram um exemplo de camada anti-aderente ultra-eficiente.

Planta carnívora

Os cientistas do Instituto Max Planck e da Universidade de Hohenheim, Alemanha, estavam estudando a planta carnívora Nepenthes alata, quando descobriram que ela captura os insetos dos quais se alimenta fazendo-os escorregar para dentro de seu "estômago".

Esta planta pertence ao grupo das plantas carnívoras passivas, que não se movimentam para capturar sua presa.

Para se imaginar a eficiência desse material anti-aderente natural, basta lembrar da capacidade que os insetos têm de se fixar nas superfícies, por mais lisas que elas nos pareçam.

A zona escorregadia, para onde os insetos são atraídos, é recoberta por uma camada de cera cristalina ultra eficiente, que faz os insetos escorregarem e caírem no fluido digestivo.

A cera é composta de duas camadas, diferentes em estrutura, composição química, dureza e elasticidade.

Biomimetismo

Atuando de formas diferentes, as duas camadas reduzem duplamente a capacidade de aderência das patas dos insetos, por meio de técnicas diferentes.

A camada superior é feita por plaquetas individuais, irregulares, com uma espessura entre 30 e 50 nanômetros.

Elas têm uma orientação aparentemente aleatória, sem um padrão definido, e são conectadas à segunda camada por uma espécie de caule. Esta camada "contamina" os pés dos insetos, reduzindo sua capacidade de aderência.

A camada inferior é parecida com uma espuma. Ela é uma espécie de membrana, feita de plaquetas interconectadas, projetando-se em ângulos, também sem uma orientação padronizada. Os ângulos das plaquetas reduzem a área de contato dos insetos com a planta, fazendo com que eles escorreguem ainda mais.

Agora a bola está com o pessoal da tecnologia, que irá tentar reproduzir sinteticamente o material, visando aplicações comerciais.

Bibliografia:

Artigo: Composite structure of the crystalline epicuticular wax layer of the slippery zone in the pitchers of the carnivorous plant Nepenthes alata and its effect on insect attachment
Autores: E. Gorb, K. Haas, A. Henrich, S. Enders, N. Barbakadze, S. Gorb
Revista: The Journal of Experimental Biology
Vol.: 208:4651-4662
DOI: 10.1242/jeb.01939
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