Técnica de dispersão de nanopartículas melhora plásticos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/09/2005

Há um grande entusiasmo entre cientistas do mundo todo na incorporação de nanopartículas em polímeros. Isto se deve ao fato de que um pequeno percentual dessas partículas pode alterar radicalmente as propriedades desses polímeros.

Mas ainda há alguns problemas. "Enquanto 1 por cento em peso dessas nanopartículas altera dramaticamente as propriedades do material, 2 ou 3 por cento praticamente não oferecem nenhuma melhoria," explica o Dr. Don Baird, da Universidade da Virginia, Estados Unidos. Isto acontece porque, a partir de uma certa quantidade, as nanopartículas se aglomeram, reduzindo as vantagens que advêm de uma maior área superficial oferecida pelas partículas separadas.

Agora a equipe do Dr. Baird desenvolveu uma nova técnica para melhorar a dispersão, ou exfoliação, de nanopartículas em materiais poliméricos, ou plásticos.

Utilizando dióxido de carbono supercrítico, os pesquisadores conseguiram dispersar nanopartículas a partir de altas concentrações, alcançando resultados melhores do que os alcançados com sistemas de mistura puramente mecânicos.

"O dióxido de carbono é solúvel em um grande número de polímeros. Ele se liga às partículas, evitando que elas se unam umas às outras, ajudando a dispersá-las ao longo do polímero," explica o Dr. Baird.

Os cientistas utilizaram o novo método para dispersar nanopartículas de argila nos polímeors polipropileno e policarbonato. Eles observaram que as nanopartículas ampliaram a orientação das cadeias de polímeros. Esse maior alinhamento resulta em um plástico com muito maior resistência, como se ele fosse feito de cadeiras moleculares muito maiores. Um plástico simples passa a ter propriedades que o tornam adequado a funcionar como escudo à prova de balas.