Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/03/2005
Cientistas de um dos laboratórios do Departamento de Energia dos Estados Unidos conseguiram converter madeira em mineral, alcançando em dias o que a natureza pode levar milhões de anos para fazer. Há também a alternativa de colocar lenha aos pés de um vulcão, esperar que ele entre em erupção, torcer para que a madeira seja recoberta instantaneamente e queime na falta total de oxigênio; depois é só cavar e retirar a madeira petrificada.
Mas Yongsoon Shin e seus colegas conseguiram o feito de maneira bem menos dramática. Eles pegaram pedaços de pinus e álamo e os deixaram em um banho de ácido por dois dias, enxaguaram-nos em soluções de sílica, puseram-nos para secar ao ar livre e, finalmente, deixaram-nos em um forno com ambiente de argônio a 1.400o C por duas horas. Estava pronta a madeira petrificada, exatamente igual à que ocorre na natureza.
A madeira petrificada obtida em laboratório tem dois interesses básicos. O primeiro vem do fato de que a sílica se junta ao carbono da celulose para formar uma cerâmica extremamente dura, o carbeto de silício, que tem utilização industrial.
Em segundo lugar, ela mantém a mesma arquitetura da madeira, com uma intricada rede de microcanais e poros que representam uma área gigantesca: se um grama desse material fosse estendido ele cobriria a área de um campo de futebol. Essa estrutura tem uma série de utilidades industriais, como a separação de compostos químicos e a filtragem de poluentes em efluentes gasosos.
O Dr. Shin agora quer reproduzir em laboratório as estruturas do pólen e da casca de arroz, sempre com o objetivo de obter uso industrial para materiais inspirados na natureza. Embora já existam na natureza, para serem utilizados na indústria esses materiais devem ser fabricados em tamanhos e formatos que atendam às exigências de cada aplicação.
O trabalho foi publicado no periódico científico Advanced Materials.