Agência Fapesp - 21/02/2005
Um nanotubo de qualidade, antes de ser usado nos mais diversos tipos de aplicações, precisa ser puro e cristalino. Durante a produção, é importante que não fique nas peças nenhum tipo de contaminação metálica.
Um grupo de pesquisadores do Japão, México e Estados Unidos agora conseguiu desenvolver um nanotubo nessas condições. Além da pureza, as estruturas microscópicas têm paredes duplas e podem ser arranjadas em pacotes de feixes hexagonais, como se fossem um cabo coaxial.
A equipe utilizou as novas estruturas nanométricas para a produção de uma espécie de folha de papel. A flexibilidade dos tubos, outra característica desejável - ao lado da estabilidade eletrônica -, também foi obtida. A folha de papel pode ser dobrada como em um origami, na forma de um avião.
Para chegar às novas estruturas, os pesquisadores prepararam os nanotubos e aplicaram neles dois processos de purificação. O primeiro foi com ácido hidroclórico. O segundo constituiu em uma reação de oxidação a uma temperatura de 500º C.
O material, segundo os criadores, pode ajudar a provar, depois de novas pesquisas, que os nanotubos de parede dupla são mais eficientes que os de camada simples ou múltipla. A expectativa é que tais estruturas coaxiais possam ser utilizadas na produção de nanocompósitos, de fontes de emissão de campo elétrico e de dispositivos eletrônicos.
O artigo "Buckypaper from coaxial nanotubes" de M. Endo, H. Muamatsu, T. Hayashi, Y. Kim, M. Terronest e M. Dresselhaust foi publicado na revista Nature de 4 de Fevereiro.