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Materiais Avançados

Pele artificial e enxerto de ossos produzidos por jato-de-tinta

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/01/2005

Pele artificial e enxerto de ossos produzidos por jato-de-tinta

Ossos e pele sob medida, que poderão ser fabricados e utilizados em cada caso específico de queimadura ou acidente que tenha produzido sérias desfigurações, logo poderão ser uma realidade graças a uma tecnologia que está diariamente ao nosso lado: a impressão a jato de tinta.

Cientistas da Universidade de Manchester, Inglaterra, desenvolveram a nova tecnologia que irá permitir o crescimento de tecidos e ossos conforme a necessidade, simplesmente digitando-se suas dimensões no computador.

A descoberta resolve os problemas atuais que impediam o crescimento de tecidos em grandes dimensões e com o formato desejado. Como a técnica permite a impressão simultânea de mais do que um tipo de célula, os cientistas esperam ser possível também a impressão de enxertos ósseos.

"Utilizando os métodos convencionais, você só consegue crescer tecidos com poucos milímetros de espessura, o que é adequado para a produção de pele artificial, mas se você quiser crescer cartilagem, por exemplo, será impossível," afirma o professor Brian Derby, coordenador do trabalho.

Utilizando suas impressoras adaptadas, os cientistas criam estruturas tridimensionais que eles chamam de "andaimes de tecidos". O formato do andaime determina o formato do tecido que crescerá. As estruturas são criadas imprimindo-se camadas muito finas - cada uma medindo apenas 10 micra de espessura - umas sobre as outras, um processo já bastante utilizado para a criação de protótipos na indústria.

As células que deverão se desenvolver são colocadas em suspensão em um líquido rico em nutrientes que, para ajudar a simplificar o trabalho dos cientistas, apresenta uma textura muito próxima à da tinta utilizada pelas impressoras.

À medida em que a impressora vai construindo o andaime, as células vão sendo depositadas no interior da estrutura, como se fosse a impressão de uma outra cor, feita por outro cartucho. Isto evita que as células grudem nas paredes da estrutura, o que é um dos principais problemas dos métodos atuais, já que estas células não se desenvolvem e são perdidas.

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