Com informações da New Scientist - 05/11/2004
O primeiro plástico magnético do mundo que funciona a temperatura ambiente acaba de passar pelos primeiros testes de magnetismo. Seus criadores, da Universidade de Durham, Inglaterra, utilizaram-no para capturar partículas de ferro da mesa do laboratório.
Em 2001, químicos da Universidade de Nebraska-Lincoln, Estados Unidos, anunciaram a criação do primeiro plástico magnético do mundo, mas ele funciona apenas a temperaturas abaixo de 10o Kelvin. Outros pesquisadores já construíram magnetos de plástico, mas eles tipicamente funcionam apenas a temperaturas extremamente baixas, ou seu magnetismo a temperatura ambiente é muito fraco para que possa ter uso comercial.
É por isso que a equipe de Durham pode afirmar que construiu o primeiro plástico magnético que pode ser utilizado em produtos do dia-a-dia. Uma das aplicações mais promissoras é na cobertura de discos rígidos de computadores, o que poderá levar a uma nova geração de discos de alta capacidade.
O novo polímero foi desenvolvido por Naveed Zaidi e seus colegas do grupo de pesquisas de materiais orgânicos eletroativos. A equipe criou o novo polímero a partir de dois compostos, a polianilina (PANi) e o tetracianoquinodimetano (TCNQ). Eles escolherem a PANi porque ela é um condutor que se comporta como um metal e é estável no ar. O TCNQ foi escolhido devido à sua propensão para formar partículas carregadas, chamadas radicais livres.
Nos magnetos convencionais, o magnetismo é o resultado do alinhamento de elétrons com mesmo spin. No polímero, os pesquisadores esperavam criar esse mecanismo através do alinhamento dos radicais livres.
Inicialmente o novo polímero mostrou pouco sinal de magnetismo e, após três meses os pesquisadores chegaram a um ponto no qual eles perceberam que tentar induzir o magnetismo nesse polímero era uma perda de tempo. "Quando estávamos prontos para abandonar tudo e tentar um enfoque diferente, nós decidimos dar uma última olhada nas amostras," conta Sean Giblin, outro membro da equipe.
Foi uma feliz decisão, porque o polímero havia desenvolvido magnetismo ao longo dos meses da pesquisa. Dados obtidos por difração de raios-X mostraram um aumento no alinhamento das cadeias do polímero ao longo dos três meses que se passaram, o que provavelmente responde pelo incremento do magnetismo apresentado.
Embora o magnetismo do polímero seja fraco em comparação com os magnetos metálicos convencionais, os pesquisadores estão confiantes que poderão melhorá-lo.
"A reação ainda não é 100 por cento eficiente em todo o polímero e a magnitude do efeito varia ao longo do material. Quando aumentarmos essa eficiência, a força total certamente aumentará," afirma Zaidi.