Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/06/2004
Em um trabalho que envolveu engenheiros, físicos e biólogos, cientistas da Universidade Princeton (Estados Unidos) desenvolveram um novo equipamento capaz de ordenar rapidamente partículas microscópicas em gradações extremamente finas. O aparelho tem um potencial enorme de usos, tanto na área de pesquisas científicas quanto na indústria.
Até hoje não existia uma forma de ordenar grandes quantidade de moléculas ou células por tamanho com velocidade e precisão. Os métodos atuais separam partículas somente com base em grandes diferenças de tamanho e, para partículas tais como o DNA, isto pode levar horas.
O equipamento consiste de uma seqüência de pilares microscópicos entalhados em silício. O ar de uma seringa ou uma bomba qualquer força uma solução de partículas através dos pilares, os quais guiam as partículas em diferentes caminhos. Quando as partículas saem do labirinto de pilares, elas são ordenadas em canais de acordo com seu tamanho. Um aparelho de apenas 2,5 centímetros quadrados pode facilmente conter centenas de canais, cada um com uma diferença de tamanho de apenas 1% em relação aos outros.
O novo aparelho consegue separar grandes quantidades de partículas que possuam ínfimas diferenças de tamanho. Por exemplo, ele separa uma partícula de 1 micrômetro de outra com 1,005 micra em questão de segundos.
Devido à precisa coreografia que o equipamento efetua com as partículas, os cientistas o batizaram de "ordenador tango". O trabalho foi publicado em um artigo na revista Science, assinado por Lotien R. Huang, James Sturm, Robert Austin e Edward Cox.
O "ordenador tango" deverá acelerar significativamente o trabalho de seqüenciamento genômico e poderá ter usos em várias outras áreas, desde a melhoria do desempenho de fármacos até o aumento da eficácia de reações químicas na indústria.