Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/05/2004
Novas imagens em escala atômica, feitas por pesquisadores do Oak Ridge National Laboratory (Estados Unidos), prometem dar aos cientistas a capacidade de prever e modelar as propriedades e o comportamento de materiais cerâmicos avançados. A nova técnica poderá auxiliar no desenvolvimento de cerâmicas mais fortes e mais resistentes ao calor, que possuem uma ampla variedade de aplicações.
Um software especial é quem realmente elabora a imagem, já que as estruturas atômicas são muito menores do que o comprimento de onda da luz visível, o que significa que elas não podem ser vistas diretamente pelo olho humano.
O trabalho, feito pelos pesquisadores Stephen Pennycook, Gayle Painter, Paul Becher e Naoya Shibata bateu o recorde mundial ao conseguir uma fotografia com uma resolução de 0,7 ângstrons. Um ângstron equivale a 1 x 10-10 metros ou um décimo de nanômetro. A foto mostra átomos de lantânio grudados na superfície de um filme de vidro ensaduichado entre duas pastilhas de nitreto de silício.
A localização exata ou preferencial de átomos no interior de uma estrutura é um ítem chave para a definição das propriedades dos materiais. Neste caso, as posições verificadas na prática mostraram-se praticamente idênticas às previstas pelos cientistas.
"Com essa nova confiança em nossas teorias, nós iremos, num futuro próximo, modelar materiais em uma tela de computador e prever suas propriedades sem ter que realmente fabricar e caracterizar um grande número de amostras, o que é caro e difícil," explica o Dr. Pennycook.
As imagens do nitreto de silício foram feitas utilizando-se um microscópio de transmissão eletrônica de 300 kilovolts. Mas uma tecnologia emergente, conhecida como correção de aberração, foi crucial para o feito. Esta tecnologia utiliza cálculos computacionais para corrigir erros introduzidos nas imagens por imperfeições nas lentes eletrônicas.
O nitreto de silício é de grande interesse dos pesquisadores por ser resistente e leve. Mas ele é muito quebradiço e os pesquisadores esperam conseguir encontrar uma forma de torná-lo mais rígido.