Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/05/2004
Pesquisadores do Georgia Institute of Technology e da Universidade Rice (Estados Unidos) desenvolveram um novo processo para incorporar nanotubos de carbono em fibras e películas. Compósitos reforçados com nanotubos poderão se transformar em uma nova classe de fibras resistentes e leves com propriedades tais como condutividade elétrica e termal que não podem ser obtidas com as fibras têxteis atuais.
Os professores Satish Kumar e Marilyn Minus construíram uma fibra-compósito utilizando nanotubos de carbono de parede simples e poliacrilonitrilo, um precursor da fibra de carbono. A fibra resultante é mais resistente, mais rígida e menos compressível do que as fibras tradicionais.
"Utilizando nanotubos de carbono, nós poderemos fabricar fibras têxteis que terão condutividade termal e elétrica, mas com a textura e a sensação de toque de um tecido comum. Você poderá ter uma camiseta na qual fibras eletricamente condutoras permitirão que a funcionalidade de um telefone celular seja construída sem a utilização de fios metálicos ou fibras óticas," vislumbra o professor Kumar, olhando longe no futuro.
A incorporação de 10 por cento de nanotubos na nova fibra resultou em um aumento na resistência de 50 por cento. Os cientistas desenvolveram uma técnica que permite a produção de fibras com percentuais variados de nanotubos, até o limite de 10 por cento.
Os cientistas partem de blocos contendo cerca de 100 nanotubos, medindo ao redor de 30 nanômetros de diâmetro. Esses blocos são desfeitos por um solvente orgânico. O polímero é adicionado e dissolvido na mesma solução que os nanotubos. A partir da solução, as fibras são fabricadas utilizando-se processos e equipamento normais de tecelagem.
Mas o maior impacto dos nanotubos de carbono será alcançado quando os cientistas descobrirem como mesclar nanotubos individuais e não em blocos. Quando isso puder ser feito, os mesmos resultados agora alcançados poderão ser atingidos com percentuais de nanotubos na fibra de apenas 0,1%. Isto será crucial para que os novos tecidos possam chegar ao mercado, já que um grama de nanotubo de carbono atualmente custa várias centenas de dólares.