Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/04/2004
O dióxido de carbono (CO2), um solvente ambientalmente correto utilizado em corantes e para limpeza a seco, poderá se tornar uma valiosa ferramenta para a construção de implantes médicos, graças a um estudo feito na Universidade de Ohio (Estados Unidos).
A equipe do professor David Tomasko utilizou dióxido de carbono comprimido para introduzir químicos em um plástico especial que é utilizado como substituto de ossos em implantes. Embora destaque que a pesquisa ainda está no início, os pesquisadores acreditam que a tecnologia poderá ser utilizada para a inserção de qualquer tipo de droga - de antibióticos a agentes anti-tumorais - no corpo humano.
O CO2, quando sob alta pressão e a alta temperatura, não é nem gás nem líquido, mas algo conhecido como "fluido supercrítico". Fluidos supercríticos são freqüentemente utilizados na indústria porque eles penetram em materiais como um gás, mas são também capazes de dissolver algumas substâncias, como a graxa, e outros químicos como se fosse um líquido.
"Embora o CO2 supercrítico venha sendo utilizado há muito tempo como um meio de extração de moléculas, nosso trabalho mostra que ele pode ser utilizado de forma oposta," explica o Dr. Tomasko.
A pesquisa mostrou que os engenheiros podem controlar a pressão do dióxido de carbono para alterar a estrutura interna do plástico e criar vazios que permitem que o material comporte grandes quantidades de medicamentos, muito mais do que é possível normalmente.
O próximo passo da pesquisa é verificar se os medicamentos permanecem ativos após submetidos à pressão e à temperatura necessária para que o método funcione. Se tiver sucesso, a nova técnica poderá permitir a injeção de medicamentos que previnam infecções antes mesmo que a prótese seja implantada no paciente. Como a quantidade de vazios criados pelo método, e preenchidos pelos remédios, pode ser controlado, poderá ser possível a inserção de medicamentos suficientes para todo o período de recuperação.