Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/02/2004
Cientistas da Universidade Purdue (Estados Unidos) descobriram que a cola que os mariscos utilizam para se fixar às pedras, além do interesse puramente científico, têm também potencial para resolver problemas na medicina e na indústria.
Jonathan Wilker e sua equipe de pesquisadores descobriram que a formação do adesivo desses moluscos requer ferro, um metal que nunca havia sido observado nessa função biológica. A pesquisa é valiosa pelo seu mérito científico, mas poderá também impactar o mercado, levando a aplicações como adesivos médicos, revestimento anti-ferrugem e tintas que impeçam a adesão de cracas em embarcações.
"Esses animais parecem utilizar o ferro de uma maneira que nunca havia sido vista antes," explica o Dr. Wilker. Os mariscos retiram o ferro diretamente da água do mar.
Os mariscos possuem um órgão, comumente chamado de "pé", que ele estende, conectando inúmeros filamentos em um objeto estacionário por meio de uma fina camada de cola. Ele repete o processo até ficar firme o suficiente para resistir às ondas e aos predadores.
"Leva cerca de cinco minutos para um marisco construir uma placa adesiva e ele utiliza 20 ou mais dessas placas para se ancorar," explica Wilker.
O que os pesquisadores descobriram é que, embora o ferro seja necessário apenas em quantidades traço para a manutenção da vida, ele é essencial na cola dos mariscos. O ferro faz com que a cola produzida pelos mariscos, que tem a consistência de uma gelatina, se cure, endurecendo rapidamente.
O adesivo é tão poderoso que um marisco consegue se fixar até nos melhores materiais antiaderentes conhecidos.
A origem biológica torna a cola interessante para uma série de aplicações medicinais, substituindo costuras e outras colas hoje adotadas. Mas as aplicações são também promissoras para qualquer processo industrial que necessite de adesivos.