Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/02/2004
Muitos materiais perdem suas propriedades úteis assim que suas dimensões caem abaixo de um certo limite. Esse chamado "efeito tamanho", cujas origens podem ser as mais diversas, pode ser uma pedra no caminho da miniaturização de componentes eletrônicos, eletromecânicos e eletroóticos.
Agora pesquisadores do Max Planck Institute (Alemanha) identificaram as causas do efeito tamanho para uma classe particularmente promissora de novos materiais, os óxidos ferroelétricos. Minúsculos defeitos lineares, medindo menos de um décimo de nanômetro, são capazes de provocar deformações em um tubo desse material, atingindo entre 4 e 8 nanômetros, ou 80 vezes maior do que o defeito original.
A deformação é tão grave que as propriedades ferroelétricas do material são destruídas no interior do tubo. Ou seja, a formação desses defeitos deve ser evitada para que os óxidos ferroelétricos possam ser utilizados em memórias de computadores feitas a partir de elementos com dimensões nanométricas.
Os óxidos ferroelétricos podem ser utilizados para a construção de memórias não voláteis, ou seja, memórias que não perdem as informações quando a energia é desligada. Os óxidos ferroelétricos mais promissores são o titanato zirconato de chumbo, o tantalato de bismuto-estrôncio e o titanato de bismuto.