Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/09/2003
Um novo processo, chamado de "mistura inteligente", desenvolvido na Universidade Clemson (Estados Unidos), poderá mudar a forma como os plásticos são fabricados, além de melhorar seu desempenho. Os primeiros resultados, publicados no exemplar de Agosto da revista Polymer Engineering and Science chamaram a atenção dos fabricantes de plásticos do mundo todo.
"A maioria das pessoas poderia se surpreender ao saber que muitos plásticos não são otimizados para o uso a que se destinam devido a limitações no processo de fabricação," afirma Dave Zumbrunnen, coordenador da pesquisa. Com a nova máquina de mistura inteligente, entretanto, os engenheiros poderão otimizar o material para máximo rendimento apenas apertando algumas teclas em um computador.
Muitos plásticos são misturas de dois ou mais plásticos e aditivos. A mistura inteligente dispõe esses plásticos em formatos internos funcionais de alguns nanômetros de tamanho.
Isto é importante porque são suas minúsculas estruturas que determinam as propriedades do plástico ou compósito. Como resultado final, os plásticos poderão ser rígidos, conduzir eletricidade, serem porosos, enfim, ter a propriedade que atenda às necessidades do produto final, mas sem a necessidade de um caro e demorado processo de tentativa e erro.
As aplicações mais imediatas do novo processo são a melhoria de filmes para embalagem de alimentos e produtos para higiene pessoal, além de plásticos que interagem com a luz e plásticos reforçados para utilização na indústria automobilística.
A pesquisa, financiada pela empresa Dow, é baseada no trabalho de Hassan Aref, que desenvolveu o que é conhecido como teoria da advecção caótica. Em um artigo de 1.980, Aref demonstrou que partículas em um fluido podem mover-se caoticamente em resposta a agitações simples. As movimentações caóticas fazem com que as regiões fluídicas formem camadas. Foi nessas camadas que Zumbrunnen baseou seu trabalho.