Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/07/2003
Nanopartículas, porções de material de apenas alguns átomos de tamanho, têm propriedades muito diferentes do mesmo material em grandes quantidades. Nanopartículas de germânio, por exemplo, têm propriedades luminescentes e podem ser utilizadas para a fabricação de lasers mais eficientes ou diversos outros dispositivos emissores de luz. Até agora era extremamente difícil trabalhar-se com estas partículas, pela inexistência de uma forma de lidar quimicamente com elas.
Agora o desafio foi vencido por três pesquisadores das Universidades UC Davis e Winsconsin (Estados Unidos). Robin Tanke, Susan Kauzlarich e Tim Patten conseguiram montar pequenos aglomerados ("clusters") de nanopartículas de germânio e silício que podem reagir quimicamente com outras substâncias, gerando materiais úteis, sem perder suas "nano-propriedades". A pesquisa foi publicada no periódico Chemistry of Materials.
O novo método desenvolvido pelos três pesquisadores consistiu em se recobrir o aglomerado com um revestimento de polímero. Os cientistas fizeram com que cadeias de moléculas de polímeros crescessem sobre a superfície das nanopartículas, tornando-as adequadas à inserção em plásticos que poderão ser usados como películas para construção de monitores de vídeo. Mas a possibilidade de novos usos vai muito além desse exemplo.
A força da ligação química entre a nanopartícula e a cobertura de polímero torna o nanomaterial muito mais estável, podendo ser submetido a processos industriais como se fosse um plástico, sem perder as propriedades característidas das nanopartículas.
A capacidade de se colocar diferentes tipos de grupos químicos em conjunto sobre uma superfície amplia enormemente os possíveis usos das nanopartículas semicondutoras. Pode-se, por exemplo, conectar-se uma nanopartícula magnética a outra com propriedades de luminescências para se construir um diminuto bloco que pode ser precisamente movido e posicionado sobre uma superfície.