Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/07/2002
Nada mais trivial do que apertar um parafuso, certo? Talvez, principalmente se se tratar dos parafusos que seguram as pás das turbinas de um avião. Em situações críticas como esta, e não é difícil encontrar uma enorme série de exemplos similares, o aperto deve ser o suficiente para que o parafuso não se solte com as vibrações. Mas não tão apertado que comprometa a estrutura do próprio parafuso ou do material fixado. Ou seja, pode não parecer, mas há que se entender bem acerca do correto aperto de um parafuso.
A "arte de bem apertar um parafuso" reside hoje na utilização de um torquímetro. Mas uma forma bem mais eficiente, adaptável e barata está a caminho. Trata-se da utilização de um material que reage a pressão exercida sobre ele. Este material, na forma de um finíssimo filme, será utilizado para recobrir a peça ou, mais propriamente, uma arruela que será utilizada juntamente com o parafuso. A pressão altera a resistência elétrica do filme. A medição dessa resistência mostra o valor da pressão exercida.
A grande vantagem da utilização deste novo método está na possibilidade de medições dinâmicas. A pressão em determinado ponto de uma estrutura pode ser continuamente medida. A força na garra de um robô também pode ser monitorada em tempo real. E há outras aplicações possíveis. Se o pé de um robô for recoberto com este material, será possível determinar se o robô está sobre uma superfície perfeitamente plana ou se ele está subindo uma rampa.
O material utilizado para a construção do filme é o carbono, em um estágio de cristalização intermediário entre o grafite e o diamante. Não é um material novo, uma vez que ele vinha sendo utilizado como redutor de atrito, revestindo peças mecânicas. Mas sua utilização para a medição de forças é uma novidade, lançada pelo laboratório alemão IST.