Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/06/2002
A cabeça de leitura dos discos rígidos é construída de um tipo especial de material que possui uma característica chamada magnetoresistência (MR). Eles possuem resistência elétrica variável, a qual pode ser alterada por um campo magnético. Estes materiais são classificados de acordo com a manifestação e a força desse fenômeno. Contudo, materiais magnéticos possuem uma interferência intrínseca, o que impõe limites práticos à sua aplicação. As cabeças de leitura dos discos rígidos possuem hoje um limite de densidade de armazenamento de cerca de 100 gigabits por polegada quadrada.
A saída para vencer esta limitação pode estar na utilização de materiais não magnéticos. Um trabalho feito por pesquisadores da NEC mostra que uma pastilha de silício dopada com índio e antimônio (InSb) possui uma característica chamada de Magnetoresistência Extraordinária (EMR). O que diferencia a EMR dos efeitos MR já conhecidos, é que ela ocorre em materiais não magnéticos não sendo, portanto, sujeita às limitações desse tipo de material. Os pesquisadores conseguiram comprovar a manifestação da EMR em um filme extremamente fino de InSb, de cerca de 20 nanometros de espessura. Para que um material possa ser utilizado em cabeças de leitura, ele precisa ser fabricado em espessuras abaixo de 100 nanometros. Até agora a EMR só havia sido verificada em materiais relativamente grossos, de cerca de 1,3 micrometros.
O material, ainda na fase inicial de pesquisas, já demonstrou ser capaz de lidar com densidades de armazenamento de 116 gigabits por polegada quadrada. Outras características, como tempo de resposta, nível de interferência e dimensões físicas mostram desempenho significativamente superior aos materiais hoje utilizados.