Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/09/2001
Em tempos de apagão, a descoberta de qualquer método que prometa gerar eletricidade de forma barata e não poluente ganha rapidamente a atenção. Mas a pesquisa dos laboratórios Lawrence Livermore, chefiada pelo Dr. John Copper, parece ir além de simples promessa. As pesquisas já passaram nos primeiros testes e mereceram matéria de capa da última edição da revista Technology Review.
O processo, chamado de conversão direta de carbono, consiste na conversão eletroquímica de carbono diretamente em eletricidade, sem depender dos sistemas atuais como turbinas, caldeiras ou motores a explosão. Esses sistemas atuais queimam o carbono, num processo de eficiência variável, mas que não ultrapassa os 50% de aproveitamento. Ou seja, um barril de petróleo queimado gera menos de 50% da energia que ele contém. O restante é desperdiçado no processo ou é jogado na atmosfera como poluente. Na conversão direta, a eficiência ultrapassa os 90%, além de produzir o dióxido de carbono em sua forma pura como sub-produto, pronto para ser utilizado em escala industrial.
A conversão direta se dá no interior de uma célula de combustível. Num motor de automóvel ou numa turbina de avião, o combustível é vaporizado antes de ser queimado. Numa célula de combustível, ao contrário, além de não ser exatamente queimado, o combustível não entra no processo em forma gasosa, mas sim sólida, como um pó extremamente fino. Esse pó de carvão é dissolvido em um carbonato fundido. O carbonato pode ser de potássio, sódio ou lítio. A reação se dá ao redor de 800º C, contando unicamente com o carbono e o oxigênio do ar. Os produtos são eletricidade e dióxido de carbono. Uma célula de 1 metro quadrado gera 1 Kwatt de energia elétrica, o suficiente para tornar a solução adequada a aplicações práticas.
O carbono utilizado na reação pode vir do petróleo, do carvão mineral, do xisto e mesmo do gás natural.