Vórtices magnéticos tridimensionais poderão ser caminho para super discos rígidos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/09/2006

Cientistas da Universidade Rice, Estados Unidos, decodificaram a estrutura tridimensional de um vórtice magnético do tamanho de um glóbulo vermelho do sangue. A estrutura, parecida com um tornado, poderá permitir a construção de discos rígidos para computadores com capacidades centenas de vezes maiores do que as atuais.

"Acredita-se que esta tecnologia poderá permitir densidades de armazenamento na faixa de terabits por polegada quadrada e nosso grupo está igualmente entusiasmado com seu potencial para processadores magnéticos e para memórias RAM magnéticas de alta velocidade," diz o cientista Carl Rau.

Para fazer sua descoberta, os cientistas tiveram que utilizar um microscópio único no mundo, chamado de microscópio de rastreamento por íons com análise de polarização (SIMPA). Seu objetivo era aprisionar e criar uma imagem de um único vórtice magnético, uma estrutura em forma de cone criada sobre um disco de cobalto quando os momentos magnéticos de todos os átomos no disco se alinham em círculos concêntricos uniformes.

Embora no dia-a-dia possa-se ver vórtices em vários lugares, inclusive na água da pia que escoa pelo ralo, vórtices magnéticos em nanoescala até agora só tinham sua existência comprovada por medições indiretas.

Os cientistas descobriram que podiam criar vórtices magnéticos perfeitos utilizando discos de cobalto magnético medindo seis micrômetros de diâmetro, uma dimensão semelhante a um glóbulo vermelho do sangue.

"Nosso microscópio de spins de alta resolução é a exceção aqui," explica Rau. "Ele nos permite não apenas mapear todo o vórtice, mas também dá a localização detalhada e a orientação de milhões de momentos magnéticos que combinam forças físicas para criar a estrutura como um todo.

O microscópio de rastreamento por íons consiste de um feixe de íons altamente focalizado que dispara íons de gálio sobre os discos de cobalto. O feixe é inicialmente utilizado para escavar círculos no cobalto. Então, utilizando um ajuste diferente, os íons de gálio são disparados sobre a superfície de cobalto de forma a induzir a liberação de elétrons. Os elétrons, que carregam informações específicas sobre o estado magnético dos átomos de cobalto que os liberam, são capturados por um detector e analisados.

Mas este é apenas um primeiro passo nesse novo caminho de pesquisas. Os cientistas têm muito trabalho a fazer antes que você possa ir até a loja e comprar um disco rígido que armazene dados utilizando vórtices magnéticos.

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