Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/07/2006
Se você é fã da série policial CSI, já teve ter visto os detetives analisando o interior do corpo de uma vítima, por meio de imagens 3D que mostram detalhadamente todas as estruturas anatômicas, e o local exato onde o pobre coitado foi alvejado por alguma coisa.
É claro que aquelas são imagens inteiramente artificiais; geradas como animações de excelente qualidade, é verdade, mas inteiramente criadas em computador.
Mas agora, mais uma vez, a ficção começa a virar realidade. Ou, como se diz, a vida imita a arte. Cientistas da Universidade de Stanford, Estados Unidos, criaram um sistema de imageamento médico capaz de fazer exatamente o que se vê na série de TV.
Imagens 3D
O sistema é baseado em imagens tridimensionais criadas por meio de tomografias por emissão de pósitrons (PET) e tomografia computadorizada. Enquanto o equipamento vai fazendo as imagens reais do paciente, o programa mescla as imagens com as informações anatômicas do organismo, permitindo que os médicos "naveguem" em tempo real pelo corpo do paciente.
As imagens realísticas geradas são alimentadas em tempo real, permitindo que os médicos não apenas naveguem ao redor de um tumor, por exemplo, como também o atravessem, visualizando o seu interior. É o que os cientistas estão chamando de "voar ao redor" e "voar através" os órgãos e tumores.
Uma visualização assim "pode ser utilizada para detectar e caracterizar cânceres, livrando o paciente de procedimentos médicos mais intrusivos, permitir melhores taxas de detecção de câncer de cólon, funcionar como guia em cirurgias e detectar quais tumores estão mais acessíveis para se fazer uma biópsia," explica o cientista Andrew Quon.
A capacidade de navegar através dos órgãos internos oferece vantagens claras, já que permite que os médicos visualizem tumores que estão escondidos atrás desses órgãos. As vantagens do novo sistema de imageamento tridimensional já foram comprovadas, permitindo que os pesquisadores detectassem tumores que não apareceram nos exames tradicionais.
Agora os cientistas vão fazer a validação clínica do equipamento - testes que devem ser feitos para garantir a precisão e a validade das imagens geradas. Enquanto isso, eles vão também melhorar os programas de computador, para permitir que, num próximo estágio, eles estejam amigáveis o suficiente para serem utilizados por outros médicos.