Imagens digitais virtuais chegam ao design de produtos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/11/2005

Imagens digitais virtuais já não são novidade: o cinema já as popularizou, com produções quase ou até inteiramente virtuais. Mais difícil, porém, é ver a nova tecnologia de criação de objetos e seres virtuais aplicada à indústria.

Foi justamente este filão que foi vislumbrado pelos franceses Jean-Luc Atteleyn, um fotógrafo profissional, e seu sócio, Patrick Callet, um pesquisador em física e óptica. Juntos, eles fundaram a empresa News?UProduction, cujo principal objetivo é a criação de imagens realísticas de produtos, antes mesmo que um protótipo seja construído.

Pode-se dizer que a emergente News?UProduction teve um berço de ouro: a Agência Espacial Européia, que convidou os sócios para começarem seu negócio gerando uma imagem "real" do que seria o motor iônico da sonda espacial SMART-1, que já está cumprindo sua missão ao redor da Lua.

Os pesquisadores desenvolveram uma tecnologia que permite a criação de imagens realísticas e animações de altíssima qualidade, de produtos industriais, quando estes ainda estão na fase de design. A criação é feita a partir de desenhos 3-D clássicos, como aqueles gerados por programas CAD. As imagens geradas são comparáveis a um fotografia de um produto final.

Para conseguir esse resultado, os dois sócios criaram uma base de dados, lida por um programa de virtualização criado por eles. A base de dados armazena o comportamento óptico e a aparência visual de inúmeros materiais, juntamente com outras características e propriedades físicas. A aparência visual é descrita utilizando-se os padrões definidos pela Comissão Internacional de Iluminação (CIE), o que permite a comparação entre diferentes materiais, já que a descrição de cada um é objetiva e não subjetiva.

"Nossa base de dados permite ao usuário visualizar o comportamento óptico de um material em condições normais pré-definidas e também que ele modifique o aspecto visual de um objeto modificando a composição do material," explica Callet.

Segundo o pesquisador, em futuras versões, o programa permitirá a criação de novos materiais misturando-se materiais já existentes, partindo-se das propriedades conhecidas de cada um deles. "Novos materiais poderão ser identificados por critérios como iluminação, cor e iridescência, ou por propriedades mecânicas, como a resistência termal ou à água, dureza e durabilidade," diz Callet.