Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/06/2005
Entender o cérebro humano: esse é um dos maiores desafios da ciência moderna. Apesar dos avanços recentes, técnicas como a eletroencefalografia, padecem de um problema muito sério: elas geram uma "imagem borrada" do cérebro.
Os sinais da atividade elétrica do cérebro ficam distorcidos quando passam pelos ossos do crânio. Os dados do exame, em relação aos dados reais, podem ser comparados com a visão de uma paisagem através de uma janela aberta com a visão da mesma paisagem através de uma vidraça embaçada.
Agora uma equipe de cientistas da Universidade do Oregon, Estados Unidos, criou um novo algoritmo de computador - uma forma lógica de solução de um problema - que consegue finalmente gerar uma imagem fiel da atividade elétrica do cérebro. A descoberta promete abrir caminho para novos tratamentos de problemas como a epilepsia.
Os cientistas utilizaram um sistema de computação de alto desempenho para eliminar a distorção nos sinais elétricos causados pelo crânio. O programa de computador que eles desenvolveram traduz os dados produzidos pela eletroencefalografia em um modelo tridimensional que destaca exatamente o local da atividade elétrica. Um médico pode então utilizar esta "imagem funcional" para fazer o diagnóstico.
É como se o programa abrisse uma janela para o cérebro, eliminando totalmente a interferência dos ossos do crânio. "Esse novo avanço computacional nos dá uma janela para o cérebro, um avanço na precisão com que localizamos a atividade elétrica do cérebro," afirma Don Tucker, coordenador do trabalho.
"Um ataque epilético é como uma tempestado no cérebro," continua ele, com cargas elétricas se espalhando tão rapidamente que não é fácil saber onde elas se originam. Já existem técnicas cirúrgicas que podem ajudar a diminuir esses ataques, desde que o epicentro dos ataques seja precisamente localizado. Até a criação do novo programa, as únicas alternativas eram analisar os dados de eletroencefalogramas feitos por longos períodos de tempo, ou abrir o crânio do paciente para a inserção de sensores diretamente no cérebro.
Para comercializar a nova invenção, os criadores da nova técnica fundaram a empresa Cerebral Data Systems, que ficará incubada na organização Electrical Geodesics.