Rede KyaTera: a Internet da ciência brasileira

Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/06/2005

Já está funcionando no estado de São Paulo a primeira plataforma óptica de ensino e pesquisa do hemisfério sul. Trata-se de uma espécie de Internet particular, de altíssima velocidade, voltada exclusivamente para a pesquisa científica e tecnológica.

A rede KyaTera - do tupi kya (rede de pesca) e do grego tera (gigantesco) - já está interligando seis laboratórios de Campinas e São Paulo, unificando as pesquisas na UNICAMP, PUC-Campinas, Politécnica da USP, além da Fundação CPqD. Mas a primeira fase do projeto prevê a interligação de 50 laboratórios.

A grande vantagem da nova rede de pesquisas é o fato de que ela possui suas próprias fibras ópticas, tendo uma largura de banda que permite aplicações que seriam impraticáveis com a Internet tradicional. Enquanto a velocidade de uma rede de computadores convencional nunca ultrapassa os dez gigabits por segundo (Gb/s), na rede KyaTera as informações trafegarão a incríveis 320 Gb/s. Mas isso é só o começo: a idéia dos pesquisadores é trabalhar na escala dos terabits - um terabit equivale a um trilhão de bits.

Com essa velocidade os cientistas passarão a dispor de um gigantesco laboratório virtual, onde os recursos de cada laboratório físico distinto poderão ser compartilhados em tempo real por todos os demais laboratórios da rede.

Isso permitirá, por exemplo, a realização de experiências de medicina a distância, manipulando imagens tridimensionais de alta resolução em tempo real, o que seria impossível de ser feito por meio da Internet convencional.

Mas a própria interligação dos laboratórios é um laboratório em si mesmo. A rede acadêmica de fibras ópticas será um laboratório de ensaios na área das redes ópticas, cujos testes poderão ser realizados em fibras de milhares de quilômetros, sob condições reais.