Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/04/2005
Um grupo de cientistas do Instituto de Pesquisas Scripps, Estados Unidos, desenvolveu uma nova forma de realidade virtual que permite a manipulação direta de moléculas, como se elas fossem objetos macroscópicos.
A nova tecnologia, que combina objetos manipuláveis com sofisticadas telas de computador, foi batizada de Interfaces Tangíveis para Biologia Molecular Estrutural. Os cientistas afirmam que ela pode ser útil tanto para a pesquisa científica quanto para o setor educacional.
"Nós queremos ser capazes de entender, comunicar e interagir com estruturas complexas de forma natural," explica o professor Art Olson, que liderou o grupo de cientistas. "Quanto mais fácil for segurar uma molécula em suas mãos, mais fácil será compreender o que ela está fazendo no corpo."
Utilizando impressoras de prototipagem rápida, capazes de criar objetos sólidos a partir da deposição de milhares de camadas de plástico ou cera, é possível criar qualquer modelo de proteína, DNA e outras minúsculas moléculas biológicas. Esses modelos podem ser tocados, girados, dobrados e passados de uma pessoa para outra.
Utilizando uma câmera de vídeo digital comum, para capturar e acompanhar esses objetos sendo manipulados, os cientistas criaram um ambiente artificial no qual o computador lida com o objeto por meio de uma técnica que é conhecida como realidade ampliada.
O modelo molecular aparece na tela do computador, girando em tempo real, à medida em que o usuário o manipula. Um programa de computador, especialmente desenvolvido para a tarefa, vai colocando informações científicas sobre a molécula na própria tela do computador, também em tempo real e de forma automática.
Suaves nuvens azuis ou vermelhas circundam as moléculas sendo manipuladas, representando sua carga eletrostática. Quando as extremidades de duas moléculas que não possuem condições favoráveis de reação se aproximam, estas nuvens se alteram do azul para o vermelho.
O artigo que descreve a pesquisa, de autoria do Dr. Olson e de quatro outros cientistas, foi publicado no último exemplar do periódico Structure (13, 483-491).