Microfios magnéticos poderão ser alternativa a discos rígidos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/03/2005

Medindo apenas alguns micra de espessura, cerca de cinco vezes mais finos do que um fio de cabelo humano, os microfios foram inventados para fins militares na antiga União Soviética. Agora pesquisadores da Universidade de País Basco, Espanha, estão tentando tirar proveitos mais pacíficos desse interessantíssimo material.

Os microfios são feitos de um corpo metálico, medindo entre 1 e 20 μm, e uma cobertura de vidro, com espessura entre 5 e 20 μm. Essas dimensões tão diminutas garantem sua total flexibilidade.

O corpo metálico principal do microfio é feito de uma liga ferromagnética. A composição dessa liga e as dimensões da camada podem ser variadas ao extremo, dando características muito amplas aos microfios produzidos, mas sempre mantendo o magnetismo - que é justamente o que os torna tão interessantes.

Entre as inúmeras aplicações possíveis, a equipe de pesquisadores espanhóis está desenvolvendo um sistema para armazenamento de informações. Como são magnéticos, eles podem ser utilizados para se gravar dados binários, da mesma forma que os discos rígidos.

Os pesquisadores construíram uma estrutura parecida com o bambu, na qual o microfio é dividido em domínios. Em sua superfície, a estrutura apresenta orientações magnéticas positivas e negativas quando submetida a um campo magnético. Essas duas orientações podem então ser interpretadas como os zeros e uns de um disco rígido comum.

Os diversos domínios não são segmentados: o microfio é contínuo e sua divisão é criada por meio de um processo de anisotropia. Os cientistas calculam que um microfio de 10 centímetros de comprimento pode ter 10 milhões do divisões ou células, cada uma podendo representar um bit. Ou seja, 10 Megabits podem ser armazenados em 10 centímetros de comprimento de um fio quase invisível, de tão fino que ele é.

Agora os cientistas se deparam com a necessidade de aprimorar um sistema de leitura para o seu microfio.