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Informática

Brasil pode quebrar recorde de transmissão de dados

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/11/2004


A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) prometem quebrar o recorde de velocidade de transmissão de dados entre o Brasil e os Estados Unidos. Amanhã, dia 11, de zero a uma hora da manhã - horário de Brasília, o laboratório de Física de Altas Energias da Uerj pretende transmitir algo em torno de 180 gigabytes de dados (o equivalente a mais de 250 CDs) para Pittsburgh, nos Estados Unidos.

A demonstração será feita durante a High Performance Computing, Networking and Storage Conference (SC2004), conferência de supercomputação que acontece até o dia 12. A High Performance Computing, Networking and Storage Conference é uma das mais importantes conferências internacionais na área de computação de alto desempenho, redes e armazenamento.

Os dados sairão de um computador da UERJ e percorrerão um longo caminho até chegar a Pittsburgh, passando por pelo menos quatro redes no Brasil, Europa e Estados Unidos - a rede experimental brasileira do Projeto Giga, a latino-americana Rede Clara, a européia Géant e a norte-americana Abilene, integrante do projeto Internet2. As duas primeiras têm participação da RNP, unidade vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Além da transmissão, será feita uma experiência de grade computacional entre equipamentos na Uerj e em Pittsburgh. A grade é uma infra-estrutura que permite o uso integrado e colaborativo de computadores, redes, bases de dados e instrumentos científicos. A estrutura montada no laboratório da UERJ possui 100 computadores, que serão usados para processar trabalhos submetidos a partir de Pittsburgh.

Essa demonstração será um ensaio para a participação do Brasil nas experiências do novo acelerador de partículas subatômicas do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern ? sigla francesa para Conseil Européen pour la Recherche Nucléaire), previsto para começar a funcionar em 2007. A tecnologia de grades foi a solução escolhida para lidar com o grande volume de dados que deverá ser produzido pelo acelerador de partículas (20 petabytes por ano, o equivalente a 28 milhões de CDs, aproximadamente).

Ambos os experimentos estão sendo coordenados pelo professor Alberto Santoro, do Instituto de Física da Uerj. Para viabilizá-los, está sendo fundamental a colaboração das empresas Embratel, Intelig, Telemar e Telefônica, que contribuíram com as fibras da rede do Projeto Giga; e da organização Clara (Cooperação Latino-Americana de Redes avançadas), que permitiu a utilização da capacidade ainda não utilizada da Rede. Estão envolvidos, ainda, técnicos dos núcleos de engenharia do Projeto Giga na RNP e no CPqD, da Rede Clara e da Géant.

A Uerj está conectada diretamente à rede do Projeto Giga, uma infra-estrutura óptica experimental coordenada pela RNP e pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). Especialmente para os experimentos do laboratório de Física, a rede do Giga foi conectada à Rede Clara, via seu ponto de presença no Brasil, localizado em São Paulo.

A ligação com o exterior dá-se através de uma conexão de 622 Mbps com a rede acadêmica européia Géant. A construção da Rede Clara e sua conexão com a Europa foram possíveis graças ao apoio da Comunidade Européia, por meio do projeto Alice (América Latina Interconectada com a Europa).

Assim como ocorre com a Rede Clara na América Latina, a Géant interliga diversas redes acadêmicas nacionais da Europa e se conecta também com redes em outras regiões do mundo, entre elas a Abilene, principal backbone do projeto Internet2, nos Estados Unidos. A partir da Abilene, chega-se ao local do evento, o centro de convenções David L. Lawrence, em Pittsburgh, Pensilvânia.

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