Redação do Site Inovação Tecnológica - 13/07/2004
"Ver não é mais suficiente para crer. Na verdade, o que você vê é em grande parte irrelevante," afirma o professor Hany Farid, da Universidade Darmouth, Estados Unidos. Ele está se referindo às imagens digitais que aparecem todos os dias em jornais, sites da Internet e em propagandas e panfletos de negócios, por exemplo.
Para contornar esse problema, Farid e seu aluno Alin Popescu desenvolveram uma técnica matemática capaz de diferenciar entre uma imagem real e uma que tenha sido manipulada por programas de computador. O trabalho foi apresentado no 6o Workshop Internacional sobre Sigilo da Informação, realizado em Toronto, Canadá.
O novo algoritmo pode diagnosticar se alguém fez alterações em um foto como, por exemplo, a fusão de duas imagens e a adição ou retirada de uma pessoa ou objeto da foto.
Uma imagem digital é uma coleção de pixels ou pontos, cada pixel contendo um número que corresponde à cor ou ao brilho de uma porção minúscula da imagem total. A alteração de uma imagem digital consiste justamente na alteração dos valores desses pixels, de forma a não deixar transições que tornem a alteração detectável visualmente.
Mas a nova técnica consegue encontrar evidências invisíveis a olho nu, fatalmente deixadas quando se altera a imagem. Todas as imagens contêm comportamentos estatísticos padrão, que são quebrados quando a imagem é alterada.
"Fotografias digitais naturais não são aleatórias," afirma Farid. "Da mesma forma que colocar um macaco na frente de uma máquina de escrever não resultará em uma peça de Shakespeare, um conjunto aleatório de pixels sobre uma página não resultará em uma imagem natural. Isto significa que há estatísticas subjacentes e regularidades em imagens naturais."
Os pesquisadores construíram um modelo estatístico que captura as regularidades matemáticas inerentes a uma imagem natural. Como estas estatísticas são alteradas quando a imagem é modificada, o programa compara os dados com seu padrão, localizando a manipulação.