Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/10/2007
Um instrumento desenvolvido para as sondas espaciais Beagle 2 e Rosetta está sendo adaptado para servir como uma ferramenta barata, rápida e precisa para a detecção da tuberculose. O equipamento é uma espectrômetro de massa, que é capaz de detectar o bacilo de Koch, causador da doença.
Diagnóstico da tuberculose
A tuberculose é uma das típicas doenças do terceiro mundo, sendo responsável pela morte de mais de dois milhões de pessoas a cada ano. Seu diagnóstico hoje é baseado principalmente em uma técnica chamada baciloscopia, que analisa visualmente uma amostra da secreção naso-faríngea do paciente.
"A baciloscopia não é uma forma muito precisa de diagnosticar a tuberculose e somente detecta um terço de todos os casos positivos. Isso significa que sete entre dez pacientes irão efetivamente ter que piorar antes que possam ser diagnosticados e tratados. Claramente nós necessitamos de uma solução para esse problema," diz o Dr. Geraint Morgan, da Open University, na Inglaterra.
Espectrômetro de massa
O Dr. Morgan e seus colegas Colin Pillinger e Liz Corbett acreditam que a solução pode estar em um equipamento do tamanho de uma caixa de sapatos, conhecido como Ptolomeu e desenvolvido para detectar sinais de vida em Marte (Beagle 2) e no cometa Churyumov-Gerasimenko, onde a sonda espacial Rosetta deverá pousar em 2014.
Ptolomeu é um espectrômetro de massa com cromatografia gasosa (GC-MS: Gas Chromatograph - Mass Spectrometer) e foi desenvolvido para analisar a composição química de amostras de rochas. O equipamento faz isto identificando uma espécie de assinatura única que cada composto químico possui.
Impressão digital química
"O bacilo que causa a tuberculose tem um revestimento especial e é o padrão químico desse revestimento que o espectrômetro de massa estará procurando," explica o Dr. Morgan.
Como foi feito para ser enviado ao espaço, o equipamento é totalmente automatizado, não exigindo técnicos de laboratório especializados para sua operação. Isso significa que a tecnologia estará disponível nos locais onde ela é mais necessária, ou seja, nos países mais pobres.