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Espaço

Telescópio terrestre faz fotos do espaço duas vezes melhores do que o Hubble

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/09/2007

Telescópio terrestre faz fotos do espaço duas vezes melhores do que o Hubble
A imagem do Hubble (esquerda) e a imagem obtida com a nova técnica (direita).
[Imagem: Hubble/U.Cambridge]

Interferência atmosférica

O telescópio espacial Hubble tem sido a referência para imagens astronômicas há décadas. E provavelmente continuará sendo por algum tempo, enquanto os astrônomos esperam ansiosos pelo lançamento do sempre atrasado James Webb, que ainda se debate com problemas de engenharia e orçamento.

Mas, a depender de um grupo de cientistas das universidades Cambridge, Inglaterra, e Caltech, Estados Unidos, os astrônomos não precisarão esperar tanto: eles criaram uma nova câmera que consegue tirar fotos das estrelas com uma resolução superior às fotos do Hubble - e a partir de um telescópio instalado na superfície da Terra, e não no espaço.

As imagens obtidas por telescópios na superfície invariavelmente ficam "borradas" pelas interferências causadas pela atmosfera. Já existem técnicas de correção óptica - a chamada óptica adaptativa - mas que funcionam bem apenas para a faixa do infravermelho.

Óptica adaptativa

Agora os cientistas conseguiram desenvolver uma câmera que estende essa capacidade de imageamento de alta resolução para a faixa visível do espectro eletromagnético.

A câmera grava as imagens produzidas por um equipamento de óptica adaptativa em alta velocidade, alcançando 20 quadros por segundo. Um programa de computador analisa cada uma das imagens para escolher as mais claras, ou menos borradas.

O fato é que nem todas as imagens são igualmente afetadas pela atmosfera, com algumas apresentando porções incrivelmente claras. O programa então combina cada uma das melhores seções de cada um dos quadros para compor uma imagem final de excelente qualidade.

Como a técnica depende muito das condições do tempo e da variação aleatória dos vários elementos que influem na transparência da atmosfera, os cientistas batizaram sua câmera de "imageamento sortudo" (lucky imaging).

Imagens mais precisas já feitas do espaço

A nova técnica foi testada no telescópio do Monte Palomar. Como todos os outros telescópios na superfície, as imagens produzidas lá são 10 vezes menos detalhadas do que as fotos do Hubble. A nova câmera, contudo, produziu imagens com uma qualidade duas vezes superior às imagens do Hubble. Com isso, as fotos se tornaram as imagens do espaço mais precisas já feitas pelo homem.

A nova câmera foi construída com um CCD - o sensor que captura as imagens - especialmente produzido para ela. Normalmente as câmeras digitais possuem um ruído mesmo na ausência de luz, que limita a captura de objetos com pouca luz. O novo CCD é tão sensível que é capaz de detectar fótons - as partículas elementares da luz - mesmo quando a câmera opera em alta velocidade.

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