Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/02/2007
Grande e Pequena Nuvem de Magalhães
A Grande Nuvem de Magalhães e a Pequena Nuvem de Magalhães são duas das nossas galáxias vizinhas mais próximas.
E os astrônomos acabam de descobrir que elas podem não ser vizinhas permanentes, mas estarem apenas "passando" pela nossa Via Láctea.
Os astrônomos fizeram as medições mais precisas já efetuadas até hoje das velocidades das duas galáxias em sua viagem pelo espaço, considerando as três dimensões.
"Nós descobrimos que as velocidades da Pequena e da Grande Nuvem de Magalhães são inesperadamente grandes - quase duas vezes o que se acreditava até agora," diz a pesquisadora Nitya Kallivayalil.
Velocidade radial e movimento angular
As velocidades radiais - o movimento ao longo da linha de visão - para ambas as Nuvens são bem conhecidas e relativamente fáceis de se medir.
Muito mais difícil de se medir é o movimento angular, que exige uma precisão extraordinária no curso de vários anos. Os dois movimentos devem ser conhecidos para se calcular a velocidade 3-D efetiva.
Os astrônomos utilizaram o Telescópio Espacial Hubble para fazer as medições, uma separada da outra por dois anos. Combinando as velocidades radial e angular, eles descobriram que a Grande Nuvem de Magalhães viaja pelo espaço a 378 km por segundo, enquanto a Pequena Nuvem de Magalhães tem uma velocidade de 302 km por segundo.
Massa da Via Láctea
Segundo eles, há duas explicações possíveis para essas altas velocidades:
1) A massa da Via Láctea é maior do que se acreditava anteriormente. Se as Nuvens são gravitacionalmente ligadas à nossa galáxia, então a Via Láctea deve ser muito mais massiva do que os dados anteriores sugerem. O excesso de massa poderia puxar as Nuvens, mantendo-as na vizinhança.
2) As Nuvens de Magalhães não são gravitacionalmente ligadas à Via Láctea. Se os cálculos anteriores da massa da nossa galáxia estiverem corretos, então sua massa não é suficiente para manter as Nuvens em nossa proximidade. E perderemos essa companhia tão familiar em... alguns bilhões de anos.
"As Nuvens de Magalhães podem não ser companheiras de verdade da Via Láctea," diz Kallivayalil. "Talvez elas sejam apenas viajantes passando pela vizinhança."