Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/07/2005
Tiro ao alvo espacial
Será o tiro mais preciso da história. Um projétil de cobre de apenas um metro de diâmetro, acertando um cometa a 133,6 milhões de quilômetros de distância da Terra.
E isso deverá acontecer na próxima segunda-feira, dia 04 de Julho, às 5 horas e 52 minutos da manhã, horário de Brasília. A margem de erro é de apenas 3 minutos para mais ou para menos.
A sonda espacial Deep Impact irá liberar o projétil - um cilindro de cobre com um metro de diâmetro e 360 quilogramas de peso - em direção ao cometa Tempel 1, movendo-se para uma localização que permitirá que seus instrumentos observem detalhadamente o momento do impacto.
A sonda continuará tendo uma visão total da cratera que se formará com o impacto por 800 segundos, pouco mais de 13 minutos.
Composição dos cometas
Com a experiência, os cientistas esperam conhecer um pouco mais da composição dos cometas, verdadeiras relíquias pré-históricas espaciais. Acredita-se que eles mantenham hoje a mesma composição da época em que foi formado o nosso Sistema Solar.
Devido ao pouco tempo que a sonda espacial terá para observar o cometa, a NASA planejou cuidadosamente o momento do impacto para que ele pudesse ser observado pelos principais observatórios terrestres e pelos três grandes telescópios espaciais, Hubble, Chandra e Spitzer.
Uma visão totalmente diferente será captada pela sonda européia Rosetta, que está do outro lado do Sol e deverá assistir o impacto de um ponto oposto ao da Terra. A sonda Rosetta está em viagem ao cometa Churymov-Gerasimenko e será o telescópio mais próximo ao cometa Tempel 1 no momento do impacto.
Astrônomos amadores de várias partes do mundo também se engajaram na tarefa de observação, já que os cientistas desejam capturar a maior quantidade possível de dados do material que deverá ser ejetado do cometa quando o projétil de cobre abrir uma cratera em sua superfície.
Cometa Tempel 1
O cometa Tempel 1 pode ser visto com um pequeno telescópio - ele tem brilho 9 e pode ser observado próximo a Alpha Vir, a maior estrela da constelação de Virgem. Mas ele não estará visível do Brasil no momento do impacto.
Como os maiores telescópios do mundo estão no Hawaí, será a região do Oceano Pacífico que estará de frente para ele nesse momento, para que os cientistas possam coletar a maior quantidade possível de dados.
Estima-se que a poeira que será levantada pelo impacto possa ser vista ainda por vários dias, o que permitirá que astrônomos profissionais e amadores do mundo todo participem da missão.