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Espaço

Novas propostas para o Programa Espacial Brasileiro

Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/12/2004


O Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) para os próximos dez anos ganhou contornos mais definidos após ampla discussão um em evento promovido pela Agência Espacial Brasileira e pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). Participaram integrantes do governo, da comunidade acadêmica e da indústria, pesquisadores, jornalistas, parlamentares, sindicalistas e o público em geral.

Um ponto presente nesse horizonte decenal será um satélite geoestacionário, em sugestão dos grupos de trabalho que trataram das necessidades para as áreas de telecomunicações e defesa e meteorologia.

Houve também recomendações a respeito dos setores de observação da terra, missões científicas, meteorologia e infra-estrutura, família de lançadores; para melhoria da infra-estrutura do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), Centro Técnico Aeroespacial (CTA), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT), AEB e criação do Centro Aeroespacial de Alcântara.

Nos debates, destacou-se também importância de investir no domínio de tecnologias críticas que evitem a compra de equipamentos no exterior e a maior participação da indústria.

Embora a questão de elevação orçamentária seja uma constante quando se fala em novos objetivos para o programa espacial, o presidente da AEB destacou outra necessidade. "Hoje, eu diria que o ponto mais crítico do programa e que deve ser atacado de imediato é a falta de recursos humanos".

Gráficos apresentados pelo grupo que tratou de infra-estrutura mostraram a perda de pessoal em todos os níveis de qualificação nos órgãos de pesquisa tanto de satélites quanto de lançadores - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCT) e Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE/CTA); bem como a falta de quadro para o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e AEB.

Principais recomendações

Observação da Terra

  • Prioridade para o desenvolvimento dos satélites sino-brasileiros de recursos terrestres CBERS-2B, 3 e 4 a fim de não interromper o serviço de distribuição de imagens.
  • Desenvolvimento de satélite óptico como primeira missão para a Plataforma Multimissão (PMM), estrutura que permitirá a composição de diferentes satélites.
  • Estudos para que a PMM ou a plataforma CBERS abriguem uma carga para satélite radar, capaz de imagear a superfície da Terra independentemente das condições de tempo ou luminosidade.
  • Criação de programa de capacitação do fornecedor nacional, voltado à transferência de tecnologia entre as instituições de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e a indústria.


Missões Científicas

  • Estimular o uso, pelo setor acadêmico, de satélites, foguetes de sondagem e balões como instrumentos científicos, via anúncio de oportunidades.
  • Lançamento dos satélites científicos a cada dois anos; três lançamentos em foguetes de sondagem por ano, e quatro em balões estratosféricos, também por ano.


Telecomunicações e Defesa

  • Proposta de inserir no PNAE os satélites geoestacionários, com o objetivo de atender à demanda em telecomunicações pelos órgãos civis e pelo setor de defesa do governo. Encontra-se em curso, com previsão de término em agosto de 2005, uma análise dos requisitos aplicáveis ao satélite.


Meteorologia

  • Inclusão de transponders nos próximos satélites brasileiros a fim de manter o sistema de coleta de dados ambientais providos pelos Satélites de Coleta de Dados (SCDs).
  • Proposta de inclusão de imageador para meteorologia no satélite geoestacionário e de transponder para recepção de dados ambientais, em complementação aos SCDs com o objetivo de obter, em períodos curtos de tempo, informações registradas por bóias oceânicas fixas (como altura de ondas, entre outros).
  • Desenvolvimento de satélite de órbita baixa para monitoramento de precipitação, descargas atmosféricas e do vapor d´agua.


Infra-estrutura

  • Aumentar a integração entre instituições de P&D e empresas para o desenvolvimento de projetos, com o objetivo de melhor aproveitar a capacidade de pessoal e laboratorial em ambos os lados.
  • Preservação da infra-estrutura existente e sua adequação ao plano de 2004/2014.
  • Atenção à insuficiência do pessoal efetivo, quantativamente e qualificamente, para executar os projetos em curso; ao natural envelhecimento de pessoal devido à períodos longos de ausência de concursos; à baixa média salarial; à inconstância de recursos financeiros e ausência de política de investimentos.

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