Espaço

Primeiro relatório sobre o Colúmbia

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/04/2003

O Comitê de Investigações do acidente do ônibus espacial Colúmbia emitiu seu primeiro parecer com recomendações de providências a serem tomadas para futuros vôos.

Primeira recomendação

Antes de retomar os vôos, a NASA deve desenvolver e implementar um abrangente plano de investigação para determinar a integridade estrutural de todos os componentes do sistema de Reforço Carbono-Carbono (RCC). Este plano de inspeção deve utilizar os avanços da tecnologia de inspeção não destrutiva.

Esta recomendação foi feita em vista das conclusões do Comitê de que as atuais técnicas de inspeção não são adequadas para avaliar a integridade estrutural do RCC, estrutura de suporte e equipamentos acoplados.

Segunda recomendação

Antes de retomar os vôos, a NASA deve modificar seu Memorando de Entendimento com a National Imagery and Mapping Agency (NIMA) para tornar a geração de imagens em órbita para cada vôo do ônibus espacial uma exigência padrão.

Esta recomendação foi feita em vista das conclusões do Comitê de que não estão sendo utilizadas as totais capacidades do governo norte-americano para a geração de imagens do ônibus quando em órbita.

Observações sobre o RCC

O sistema RCC é um componente essencial da proteção termal dos ônibus espaciais e tem o fator crítico igual a 1 (risco de perda da tripulação e da nave).

O compósito do RCC consiste de um substrato carbono-carbono que suporta as cargas estruturais, uma cobertura de ortosilicato tetraetílico que reduz a porosidade natural do substrato, um tratamento de carbeto de silício que protege o substrato da oxidação e uma cobertura selante que provê capacidade anti-oxidante adicional. Estas estruturas de compósito são fixados no ônibus por um suporte metálico.
Durante a fase inicial de produção, a integridade do compósito utilizado no sistema RCC é checado em vários pontos do processo por verificações físicas, ultrasônicas, radiográficas, ganho de peso e testes visuais. Além disso, um placa plana de controle feita em paralelo com a peça sendo produzida é testada destrutivamente em vários estágios do processo de produção.
Uma missão de vida é projetada para cada componente do RCC. Essas projeções são baseadas na análise correlacionada a cargas de teste em vôo simuladas e supõem a presença de uma firme estrutura de suporte de material compósito e metálico.
Inspeções visuais externas e checagens por toque são as únicas inspeções pós-vôo dos componentes do RCC. O intervalo planejado para a remoção desses componentes para inspeção mais cuidadadosa é tipicamente de muitos vôos, a menos que sua remoção seja exigida em função das condições visualmente observadas de sua superfície ou seja necessária para permitir acesso para outras operações.
Testes não destrutivos de alguns componentes do RCC têm mostrado indicações de defeitos não identificados previamente pelos métodos de inspeção visual atualmente empregados.

Observações sobre as fotos em órbita

O governo norte-americano tem capacidade para fotografar o ônibus espacial em órbita.
Existe um Memorando de Entendimento entre a NASA e a NIMA com respeito a fotografias do ônibus espacial em órbita.
Durante o vôo STS-107, não foram feitas imagens em órbita de resolução suficiente para verificar as condições da nave.

Relatório final

Estas recomendações e observações foram divulgadas antes da preparação do relatório final, que deverá sair até o meio do ano. O relatório final deverá apresentar a causa provável do acidente, fatores que contribuíram para que ele acontecesse, novas descobertas e recomendações adicionais.