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Espaço

Acidente destrói ônibus espacial Colúmbia

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/02/2003


Acidente com o Colúmbia

Terminou tragicamente a missão STS-107, o 28º vôo do ônibus espacial Colúmbia. O ônibus espacial mais antigo da frota norte-americana partiu no último dia 16 de janeiro, para uma missão de 16 dias. Às 09:00 horas deste sábado, dia 1º de Fevereiro, horário local, a nave desintegrou-se, causando a morte de seus sete tripulantes.

No acidente, morreram:

  • Rick D. Husband, 45 - Comandante da missão (segundo vôo)
  • William C. McCool, 41 - Segundo piloto (primeiro vôo)
  • Michael P. Anderson, 43 (segundo vôo)
  • Kalpana Chawla, 41 (segundo vôo)
  • David M. Brown, 46 (primeiro vôo)
  • Laurel B. Clark, 41 (primeiro vôo)
  • Ilan Ramon, 48 (primeiro vôo)

É o segundo acidente com um ônibus espacial. O primeiro ocorreu em 28 de Janeiro de 1986, quando uma explosão destruiu o ônibus espacial Challenger, durante a decolagem. Na época, a investigação mostrou que o módulo dos astronautas foi lançado, ainda intacto, em uma queda livre de dois minutos e meio, caindo no oceano.

O acidente com o Colúmbia ocorreu 16 minutos antes do pouso, planejado para as 09:16 horas, no Cabo Canaveral, Flórida. O centro de controle da NASA perdeu contato com o Colúmbia exatamente às 09:00 horas, quando o ônibus encontrava-se a uma altitude de 61.870 metros, viajando a uma velocidade de 20.120 km/hora (Mach 18).

A imagem mostra o momento do acidente captado pelo radar. Há uma trilha principal e uma grande área de destroços.

Acidente destrói ônibus espacial Colúmbia

[Imagem: ]

Vários pedaços da nave caíram em áreas residenciais. A cidade de Nacogdoches, situada no estado do Texas, recebeu grande parte dos detritos, que caíram nas ruas, estacionamentos e até sobre uma casa. O dentista Jeff Hancock afirmou que um pedaço de metal de cerca de 30 centímetros de diâmetro atravessou o telhado de seu consultório. Um pequeno tanque caiu no aeroporto da cidade. Mas não há registros de vítimas em terra.

Causas

Acidente destrói ônibus espacial Colúmbia

[Imagem: ]

A exemplo do que aconteceu em 1.986, a NASA deverá cancelar todos os vôos dos ônibus espaciais até que se chegue a uma conclusão sobre a causa do acidente. Após o acidente com a Challenger, as outras naves ficaram sem voar por dois anos.

Segundo o especialista Jeffrey Kluger, em entrevista à Time, a causa mais provável do acidente foi um ângulo de reentrada incorreto. Neste caso, a aerodinâmica explicaria a tragédia. A estrutura da nave não teria suportado as forças de uma reentrada fora do alinhamento correto, fazendo com que ela se partisse em milhares de pedaços.

Durante a reentrada, o piloto tem um controle muito limitado do vôo. Os comandantes costumam comparar a reentrada dos ônibus espaciais na atmosfera com a tentativa de pilotar um tijolo com asas. Os motores ficam desligados e tudo o que o piloto consegue fazer é tentar corrigir qualquer alteração do vôo utilizando unicamente os flaps.

O especialista descarta a hipótese da falta de material refratário que protege a nave do imenso calor gerado pelo atrito com a atmosfera. Os ônibus espaciais têm sua parte inferior totalmente recoberta com uma espécie de ladrilho refratário. É comum que a enorme vibração da decolagem faça com que vários desses ladrilhos caiam. Isso acontece em todos os vôos, sendo inclusive cuidadosamente filmados, para que os técnicos possam ter uma idéia da dimensão dos danos. Mesmo a ausência de vários desses ladrilhos não seria suficiente para causar um acidente. Nos anos 1980, o mundo surpreendeu-se quando a NASA mostrou fotografias perfeitas tiradas do ônibus espacial em órbita, mostrando a ausência de alguns desses ladrilhos. Até então, o público não tinha conhecimento da existência de câmeras capazes de tamanha precisão.

Calcanhar de Aquiles

Segundo Jeffrey Kluger, o calcanhar de Aquiles dos ônibus espaciais continua sendo a decolagem. Embora a reentrada na atmosfera seja um momento delicado, as variáveis envolvidas na decolagem são muitas e o risco de um acidente é muito maior.

Este é o primeiro acidente na reentrada desde o início do programa espacial norte-americano. Os soviéticos perderam uma tripulação, mas não a nave, durante uma reentrada em 1.970.

Estação Espacial Internacional

Imediatamente se pensou nos três astronautas que estão a bordo da Estação Espacial Internacional. Eles seriam substituídos e trazidos de volta à Terra nos próximos vôos dos ônibus espaciais. A missão STS-107 não visitou a Estação porque o Colúmbia não possuía a porta de atracação, que permite que os astronautas passem da nave para a Estação.

Atualmente há uma nave russa Soyuz atracada na Estação. O mais provável é que todos os astronautas retornem à Terra a bordo da Soyuz e que a Estação Espacial Internacional permaneça vazia e tenha sua montagem paralisada até que as investigações da NASA terminem e que os técnicos considerem seguro voar de novo.


Entrevista

No último dia 20 de Janeiro, o repórter Miles O'Brien, da CNN, entrevistou os membros da tripulação do Colúmbia. A médica Laurel Clark, membro da tripulação e vitimada no acidente, disse ao repórter:

"[...]os oito minutos que leva para que entremos em órbita, para os quais nós treinamos meses e meses... não tivemos que usar nada daquela preparação, a não ser estarmos prevenidos e prontos."


A equipe do site Inovação Tecnológica rende suas homenagens aos astronautas tristemente vitimados neste acidente. Eles terminaram sua missão fazendo o que amavam. Temos a certeza de que todos estão onde mais gostariam de estar.



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