Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/06/2002
Astrônomos captaram a mais antiga luz emitida no Universo, conseguindo provas independentes das teorias acerca da origem da matéria e da energia.
As imagens foram captadas a partir do rádio-telescópio Cosmic Background Imager (CBI), um impressionante conjunto de 13 antenas instalado no deserto do Atacama, no Chile, a 5.080 metros de altitude. O CBI detectou delicadas variações no "Cosmic Microwave Background" (ruído de fundo do Universo), uma espécie de eco do "big-bang". Essa radiação tem mais de 14 bilhões de anos, a idade aproximada do Universo. Um mapa construído com a plotagem dessas flutuações é a primeira tentativa de se enxergar a fonte original da matéria e energia que viriam posteriormente a formar as galáxias.
As medidas fornecem evidências independentes para a controversa teoria da inflação do Universo, que sustenta que ocorreu uma violenta expansão nas primeiras frações de segundo de sua existência (10-32 segundos). Depois de cerca de 300.000 anos ele teria se esfriado o suficiente para permitir que se formassem os primeiros traços de matéria e tenha se tornado transparente, permitindo que a luz o atravessasse. O que o CBI faz é coletar os elementos reminiscentes dessa radiação. Os dados estão ajudando os cientistas a aprender mais sobre a força repulsiva chamada "energia escura", que parece desafiar a gravidade e forçar o Universo a se expandir continuamente e num ritmo de contínua aceleração.
O CBI consiste em uma plataforma de 6 metros de diâmetro, onde estão montados 13 interferômetros, operando na faixa de 26 GHz a 36 GHz. O projeto é financiado pela National Science Foundation (Estados Unidos) e recebeu apoio do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do Chile.