Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/11/2006
Uma nova membrana de filtragem, criada por pesquisadores da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, promete dar vida nova a um processo que se acreditava tecnologicamente maduro: a osmose reversa.
A osmose reversa é a técnica mais utilizada hoje para se fazer a dessalinização de águas salobras e água do mar, assim como para a reutilização de águas servidas. Nesse processo, a água é bombeada através de uma membrana porosa, que retém as impurezas, deixando passar apenas a água limpa. O bombeamento exige pressões elevadas, o que consome muita energia.
A nova membrana, criada pela equipe do Dr. Eric Hoek, utiliza uma matriz cruzada de polímeros contendo nanopartículas projetadas para reter praticamente todos os contaminantes, sem afetar as moléculas de água. Estruturada em nanoescala, a matriz cria túneis moleculares que deixam a água passar livremente, mas retêm os contaminantes.
"As nanopartículas são projetadas para atrair e água e são altamente porosas, sugando água como se fosse uma esponja, ao mesmo tempo em que repele os sais dissolvidos e outras impurezas," explica Hoek. As nanopartículas hidrofílicas também repelem material orgânico e bactérias, a principal dor de cabeça do sistema atual, responsáveis pelo entupimento das membranas.
Além de entupir menos, a nova membrana também exige menor pressão no bombeamento, já que ela atrai a água, reduzindo o custo de energia na operação do sistema de dessalinização. Segundo as primeiras experiências, um dessalinizador com a nova membrana consome até 25% menos de energia.
A nova tecnologia está sendo licenciada para a empresa NanoH2O, e deverá chegar ao mercado em cerca de dois anos.