Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/11/2005
Cientistas da Universidade de Wisconsin, Estados Unidos, deram um passo gigantesco rumo à manipulação das plantas: eles conseguiram construir um mapa detalhado de um dos mais importantes detectores de luz biológicos que existem, uma proteína encontrada na maioria das espécies vegetais, nos fungos e até em algumas bactérias.
Decifrando a estrutura tridimensional da proteína, conhecida como fitocromo, os cientistas podem agora começar a desvendar os segredos de como as plantas reagem à luz, abrindo as portas para uma infinidade de manipulações. Os primeiros benefícios deverão ser revolucionários para a agricultura.
"Este é provavelmente o mais importante regulador de luz na agricultura," explica o professor Richard Vierstra, um dos autores do artigo que divulga a pesquisa, publicado na revista Nature. "Ele diz às plantas quando elas devem germinar. Ele diz a elas quando crescer para absorver mais luz e evitar competição. Ele diz quando florescer. Ele diz a elas quando morrer ao final de uma estação de crescimento."
Quando os cientistas conseguirem manipular a proteína, eles conseguirão criar plantas cujo crescimento, florescimento e morte poderão ser precisamente manipulados e controlados.
Uma vez isolado pelos cientistas, o fitocromo foi cristalizado e sua estrutura molecular foi mapeada utilizando-se um feixe de raios-X, permitindo aos cientistas construir um retrato tridimensional da proteína. Esse quadro tridimensional, que revela a configuração átomo a átomo da molécula, é a chave para o entendimento de como a molécula captura a luz e aciona a série de eventos que governa a vida da planta.
Outra descoberta intrigante é que o fitocromo possui memória, guardando a luz detectada e iniciando a resposta dias após a detecção. "Esta memória permite à planta predizer de onde a luz virá a cada dia e medir a duração do dia, de forma que ela possa florescer na estação correta."