Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/09/2005
Uma descoberta feita por uma engenheira da Universidade New South Wales, Austrália, poderá ter um impacto enorme sobre indústria siderúrgica, principalmente no aspecto ambiental: ao invés de utilizar carvão como fonte de carbono para a fabricação de aço, a indústria poderá passar a utilizar plásticos de embalagens descartadas.
As experiências da Dra. Veena Sahajwalla mostram como utilizar garrafas PET, sacos plásticos de supermercados - enfim, qualquer material feito de polietileno - como fonte de carbono, em substituição ao carvão, no processo de fabricação do ferro e do aço.
"Plástico é apenas outra forma de carbono," diz ela. "Quando o carbono é utilizado para se fabricar ferro ou aço, não há diferença essencial entre o polietileno e fontes naturais, como o carvão."
A nova técnica de produção de aço também tira vantagem do fato de que o polietileno tem cerca de 15% de hidrogênio em sua composição, uma fonte de energia adicional para as fornalhas que derretem o mineral. Os restantes 85% são carbono puro, mais ou menos a mesma quantidade de carbono contido no carvão utilizado na metalurgia.
A Dra. Sahajwalla agora planeja estudar com detalhes eventuais problemas de poluição criados pelo novo processo. Mas ela está entusiasmada: "O polietileno tem muito menos impurezas do que o carvão, como enxofre e óxidos, logo deverá haver muito menos problemas residuais com sua queima."
Além disso, a produção do aço se dá a cerca de 1.500º C, bem acima da temperatura de operação dos incineradores algumas vezes utilizados para destruir os rejeitos plásticos, que operam ao redor de 1.000º C. Destaforma, o plástico deverá ser queimado muito mais completamente, liberando menos gases na atmosfera.